Ex-militar turco: apoiando os curdos, americanos querem se consolidar na região

© AFP 2023 / DELIL SOULEIMANForças dos EUA acompanhadas pelos combatentes da YPG na fronteira turco-síria
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A agência de notícias turca Anadolu publicou recentemente dados sobre o desdobramento de bases militares norte-americanas na Síria. Estas informações geraram mais uma espiral de tensão entre os dois países.

O major-general retirado turco Armagan Kuloglu, em uma entrevista para a Sputnik Turquia, destacou que a luta contra o Daesh (grupo terrorista, proibido na Rússia) na Síria, se olharmos de outro ângulo, há muito tempo que saiu dos limites da simples luta antiterrorista.

"O objetivo aqui é mais do que a simples derrubada do Daesh, se trata de como, depois disso, obter o papel principal na reconstrução da Síria, em particular, na criação de um Estado curdo no norte do país", explicou ex-militar.

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Na operação de libertação de Raqqa, apesar do apoio que a Turquia tinha oferecido aos EUA, estes apostaram no Partido da União Democrática (PYD), considerado terrorista na Turquia. Após a operação de libertação da cidade, os combatentes deste partido exigirão contrapartidas e estas serão a proclamação de um Estado curdo no norte da Síria, adverte Armagan Kuloglu, acrescentando que isto representa uma ameaça direta para Turquia.

"Os EUA apoiam o PYD fornecendo armas e munições. Além disso, eles [os norte-americanos] instalaram bases no norte da Síria e assim consolidaram mais as posições curdas", declarou o militar retirado.

Ele esclareceu que a decisão da Turquia de revelar informações sobre as bases norte-americanas na Síria é explicada por a Turquia não desejar a criação de um Estado curdo. Armagan Kuloglu admitiu que algumas destas informações podem cair nas mãos do Daesh, mas a culpa não é da Turquia, mas sim dos EUA que se recusaram a cooperar com Ancara e optaram pelo PYD.

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