De acordo com o jornal Suddeutsche Zeitung que realiza a investigação, a empresa Volkswagen do Brasil teria participado da perseguição política dos oponentes do regime. Nomeadamente, a companhia vigiava seus próprios funcionários, criando "listas negras" que indicavam os ideais políticos de cada um. Posteriormente, estas informações eram transferidas à polícia política, o serviço de segurança responsável por este processo, escreve o Suddeutsche Zeitung.
A direção central da empresa em Wolfsburg, Alemanha, preferiu não comentar o assunto e espera receber até ao fim do ano uma avaliação do historiador Christopher Kopper.
"Essa história não tocou diretamente a Alemanha, e por isso é preciso reclamar dos dirigentes daquele tempo da filial brasileira", disse ele.
O especialista disse que, usando essa lógica, podemos reclamar da marca de moda Hugo Boss que produzia os uniformes para SS durante a Guerra. Ele pergunta se é preciso fechar essa marca agora.
"Ninguém desmente essa página da história pouco agradável, mas basta simplesmente pedir desculpa, tendo em conta que passaram tantos anos", disse Igor Morzharetto.
Respondendo à pergunta se haverá um certo contexto político nessa história com Volkswagen, Morzharetto disse que também não vê um grande problema nisso.
"Não me parece que alguém queira dançar sobre o cadáver da Volkswagen. A empresa trabalha bem e até agora lidera no mundo pela quantidade de vendas", resumiu.