Esperança mundial mora na África do Sul: caso excepcional da cura do HIV

© AP Photo / AIDS Healthcare FoundationManifestantes apelando para acabar com a AIDS, na cidade de Durban, África do Sul (foto de arquivo)
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Uma menina de nove anos, da África do Sul, que nasceu com HIV, há mais de oito anos está em remissão após fazer um tratamento quando ainda era apenas um bebê.

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Doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, EUA, disse à Sputnik Internacional que o caso da menina pode ajudar a elaborar uma vacina contra o HIV.

A menina passou por um tratamento de 40 semanas quando tinha apenas dois meses de idade. Desde então, ela não tem tomado remédio algum. Os exames médicos da menina mostraram sinais do vírus em poucas células do sistema imunológico, mas nenhum capaz de reproduzir.

Apenas uma pequena proporção de pessoas infetadas com o HIV vem a ter uma mutação genética que faz com que sejam resistentes ao desenvolvimento da doença. Os cientistas acreditam que, no caso da menina, o tratamento precoce contribuiu para a melhoria. Este é o terceiro caso conhecido quando uma criança contagiada com o HIV conseguiu ficar em remissão após tratamentos precoces.

Doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, falou para a Sputnik Internacional que o experimento médico do qual participou a menina visou esclarecer por quanto tempo poderia durar o efeito de tal tratamento adiantado.

"Historicamente, quando adultos são tratados, mesmo que consiga reprimir o vírus, quando termina [o tratamento] o vírus de qualquer modo volta a seu alto nível no sangue e, em geral, isso acontece em apenas algumas semanas ou em um mês […] Então, o estudo teve por objetivo mostrar se era possível ter mais crianças, bebês, em remissão prolongada, sendo esta menina uma anomalia extrema no bom sentido", explicou.

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Esta informação é muito importante para que os cientistas possam tentar entender que mecanismos ajudam a criança a reprimir o vírus apesar do fato de ela já não receber os remédios, conseguindo viver sem eles, pelo menos, por enquanto, segundo o doutor.

Por esta razão o especialista se pergunta se a menina teria desenvolvido uma boa resposta imunológica contra o vírus enquanto o vírus restante já não tem capacidades para replicar.

A resposta para essa pergunta poderia ajudar os cientistas a elaborar uma vacina contra HIV, por exemplo, caso o organismo da criança produza uma espécie de supressor da doença.

"Se nós pudermos identificar qual é a resposta imunológica, poderíamos trabalhar em uma vacina que seria utilizada por pessoas tanto para se proteger da contaminação como para ter supressores virais mesmo após o fim do tratamento", comentou.

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Não dá para saber se a menina vai parar de reprimir o vírus no futuro, mas quanto mais a remissão for mantida, mais altas são as chances de a doença nunca voltar.

Desde a identificação do HIV em 1981, cientistas têm desenvolvido tratamentos eficientes, mas continuam buscando uma vacina ou cura. A dificuldade para encontrar um remédio contra a doença se deve ao fato de o HIV ser o único vírus capaz de integrar seus componentes principais – RNA e DNA – nas células do corpo humano.

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