Os discursos do ativista provocam reação contraditória: ele critica a política de migração alemã e se pronuncia nos eventos pré-eleitorais do partido Alternativa para a Alemanha. Mas, por outro lado, cuida da integração frutífera dos milhos de pais-migrantes.
Porém, há pouco, Menga voltou a ser alvo de atenção. No dia 27 de julho, ele discursou durante um dos eventos do partido conservador Alternativa para a Alemanha em Osnabrueck. Durante a sua fala, o ativista foi vaiado. Entretanto, a reação não o atingiu — Menga continuou a responder a seus oponentes com tom sarcástico, apresentando-se como "negro de cotas" e "preto de Essen" e provocando a multidão ao comer com muita vontade uma banana.
A Sputnik Alemanha falou com o ativista para saber o que significam todas estas provocações.
"Se você tentar convencer as pessoas com argumentos objetivos, então [em resposta] constantemente ouvirá algo do tipo 'Aceita uma banana?' ou 'Olha o negro ali'. Para privar toda essa besteira fundamentalista, eu dou às pessoas aquilo que eles esperam", confessou Menga à Sputnik.
O refugiado de longo registro afirmou que através disso ele tenta ridicularizar o racismo oculto das pessoas para poder discutir questões importantes.
O tema principal que o interessa neste sentido é a desarmonia na sociedade alemã, principalmente a parcela da sociedade que não considera nenhum partido capaz de representar seus interesses. Ademais, Menga se qualifica como uma dessas pessoas.
"Eu não tento dizer que todos que vêm para este país são criminosos. É um absurdo! Eu mesmo sou ex-refugiado, eu sei como é ser refugiado."
O entrevistado deixou sua Pátria junto com seus pais quando tinha apenas 11 anos e tem consciência de todas as dificuldades ligadas a esse processo. Porém, falando da política atual alemã neste campo, Menga afirma que é "jogo com vidas dos seus próprios cidadãos". Por tais declarações, ele recebeu um apelido de "nazi preto".
"Eu condeno o fato de o governo ter deixado entrar no país muitos que não tinham nem até um cartão de identidade, sem documentos. Isto não é correto", se queixou.
Estas declarações não são infundadas. A coisa é que o ativista próprio trabalhou em um abrigo para refugiados e viu que "a maioria dos candidatos indicava como data de nascimento o dia 1º de janeiro e qualquer ano que lhes apetecesse".
O trabalho de Menga é ligado a telecomunicações, ele dá consultas a clientes permanentes e, apesar das intimidações nas redes sociais, não planeja deixar suas atividades.