No artigo são apresentados dados estatísticos sobre a importação europeia de gás e petróleo. Segundo os dados, a UE importa mais de metade da energia consumida. Há países da UE que são dependentes da importação de energia mais do que outros. Por exemplo, a França, a terceira economia da UE, importa cerca de 45% da energia consumida, enquanto a Alemanha, a maior economia da UE, importa mais de 60% de gás e petróleo que consome.
"Na verdade a Rússia é responsável por mais de 70% dos fornecimentos de petróleo e gás consumidos na Bulgária, na Lituânia, na Letônia, na Eslováquia, na Hungria e na Finlândia. Ela fornece 62% do gás natural e 56% do petróleo consumidos na República Tcheca e 53% do gás e 90% do petróleo consumidos na Polônia", lê-se no artigo.
A Rússia conhece estes dados e tenta aproveitar-se da situação através da pressão econômica sobre os países que podem constituir uma ameaça para ela, explicam os autores.
É por isso que os países da UE têm diferentes políticas externas. Por exemplo, a França, que recebe a maioria do gás e petróleo da África e do Oriente Médio, pode se permitir ter uma política mais agressiva em relação a Moscou, enquanto a Alemanha não pode fazer isso, porque recebe da Rússia mais de metade do gás natural e 35% do petróleo.
"Neste contexto, Berlim tem de manter um equilíbrio cauteloso entre o seu maior benfeitor na área da segurança, os EUA, e o seu maior fornecedor da energia, a Rússia", acrescentam os autores do artigo.
As sanções foram criticadas na UE. Por exemplo, a ministra alemã da economia, Brigitte Zypries, chamou a nova lei de "violação do direito internacional". Os empresários europeus, por sua vez, apelaram aos chefes de Estado e de governo da UE, da Rússia e dos EUA para "separarem a política dos negócios".