Uma das razões para explicar a ampliação da presença de nações estrangeiras na África envolve aspectos econômicos e militares, de acordo com Ayo Johnson, especialista em assuntos africanos. Para ele, o que existem são esforços dos países mais poderosos do mundo em fomentar uma guerra subsidiária.
“Durante o tempo colonial a África foi dividida entre nações ocidentais. Agora podemos ver que a África volta a ser o centro de outra guerra subsidiária, devido ao fato de muitos países abrirem bases militares no continente africano, o que constitui uma grande preocupação”, explicou Johnson, em entrevista ao RT, citando EUA, China e países europeus como donos de bases em países da África.
Para o especialista, a forte presença estrangeira com bases militares denota que os países africanos que as abrigam não conseguem defender-se, tampouco controlar os próprios interesses. Por isso, a lógica por trás da estratégia estrangeira é a de “quem chega primeiro, lá fica”. Estabelecem-se, assim, esferas de influência importantes.
“Estadunidenses, britânicos e outros europeus, para não falar dos chineses, todos eles parecem ter grande interesse e poderiam exibir musculatura e capacidade militar uns aos outros. A África se converteu na cabeça de ponte, na qual podem explorar suas oportunidades fora dos próprios países, ao custo dos africanos”, avaliou Johnson.
O lado nefasto permanece se forem considerados os graves problemas que permanecem no continente africano, como a pirataria e o terrorismo internacional. Eles não cessam, mesmo diante de uma presença cada vez maior de forças militares estrangeiras. Que o digam o Daesh e a Al-Qaeda, grupos terroristas que seguem fortalecidos na região.
“Se eles [militares estrangeiros] estão ali para impedir ataques, creio que a curto ou longo prazo eles poderão criar antagonismos, um problema para os nativos. Finalmente, os maiores perdedores serão cada um dos africanos”, advertiu o especialista.