Mais bases, menos paz: Por que bases estrangeiras representam perigo para África

© AFP 2023 / STRInauguração da base da China em Djibuti, no leste da África, no dia 1° de agosto de 2017
Inauguração da base da China em Djibuti, no leste da África, no dia 1° de agosto de 2017 - Sputnik Brasil
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Cada vez mais países estão aumentando a sua presença miltiar na África. O exemplo mais recente foi a China, que inaugurou a sua primeira base militar no exterior em Djibuti, no Leste do continente. Em breve, a Turquia irá abrir a sua base na Somália. Os Estados Unidos já estão presentes em vários países africanos.

Uma das razões para explicar a ampliação da presença de nações estrangeiras na África envolve aspectos econômicos e militares, de acordo com Ayo Johnson, especialista em assuntos africanos. Para ele, o que existem são esforços dos países mais poderosos do mundo em fomentar uma guerra subsidiária.

“Durante o tempo colonial a África foi dividida entre nações ocidentais. Agora podemos ver que a África volta a ser o centro de outra guerra subsidiária, devido ao fato de muitos países abrirem bases militares no continente africano, o que constitui uma grande preocupação”, explicou Johnson, em entrevista ao RT, citando EUA, China e países europeus como donos de bases em países da África.

Soldados del Ejército Popular de Liberación de China en un barco navegando desde un puerto militar en Zhanjiang hacia Yibuti - Sputnik Brasil
China inaugura sua primeira base militar no exterior em Djibuti

Para o especialista, a forte presença estrangeira com bases militares denota que os países africanos que as abrigam não conseguem defender-se, tampouco controlar os próprios interesses. Por isso, a lógica por trás da estratégia estrangeira é a de “quem chega primeiro, lá fica”. Estabelecem-se, assim, esferas de influência importantes.

“Estadunidenses, britânicos e outros europeus, para não falar dos chineses, todos eles parecem ter grande interesse e poderiam exibir musculatura e capacidade militar uns aos outros. A África se converteu na cabeça de ponte, na qual podem explorar suas oportunidades fora dos próprios países, ao custo dos africanos”, avaliou Johnson.

O lado nefasto permanece se forem considerados os graves problemas que permanecem no continente africano, como a pirataria e o terrorismo internacional. Eles não cessam, mesmo diante de uma presença cada vez maior de forças militares estrangeiras. Que o digam o Daesh e a Al-Qaeda, grupos terroristas que seguem fortalecidos na região.

“Se eles [militares estrangeiros] estão ali para impedir ataques, creio que a curto ou longo prazo eles poderão criar antagonismos, um problema para os nativos. Finalmente, os maiores perdedores serão cada um dos africanos”, advertiu o especialista.

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