Entretanto, já houve certas mudanças em relação ao projeto inicial. O chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk explicou por que não utilizará o nome de Malorossiya no novo projeto de Estado.
"O nome de Malorrosiya não será usado porque provoca protestos por parte de muitas pessoas, embora tenhamos recebido também muitos comentários que revelaram o grande interesse neste projeto", afirmou Zakharchenko, citado por sua assessoria de imprensa.
O líder da RPD sublinhou que as ações das autoridades atuais da Ucrânia põem em causa a futura existência do Estado ucraniano.
Esta é a razão pela qual "Kiev tem que refletir; a aplicação desta política mortal e a incapacidade de chegar a um acordo contribuíram para o colapso do país eslavo".
Em 18 de julho, o político propôs criar o Estado de Malorrosiya, alegando que a Ucrânia é um "Estado falhado" incapaz de resolver o conflito no leste do país. De acordo com o projeto, o período de transição levaria 3 anos.
O novo Estado seria uma entidade federativa com regiões dotadas de grande autonomia e cuja Constituição, uma vez aprovada pela Assembleia Constitucional, seria submetida a um referendo popular. Na Constituição de Malorossiya seria estabelecido o status de país não alinhado, a intenção de reestabelecer relações com Moscou e a de aderir à União Russo-Bielorrussa.
O presidente do parlamento da RPD, Denis Pushilin, por sua vez, explicou que a criação da Malorossiya é apenas uma ideia e que previamente é preciso avaliar a opinião pública quanto ao assunto.
O representante russo no Grupo de Contato Trilateral sobre a Ucrânia, Boris Gryzlov, por seu torno, assegurou que tal iniciativa não se encaixa no processo de Minsk, nem representa um objetivo político real, sendo apenas uma resposta às declarações provocadoras de Kiev.
Kiev considera a RPD e a RPL como os territórios ocupados e as milícias de Donbass, como forças terroristas. Os acordos de Minsk, celebrados em setembro de 2014 e em fevereiro de 2015, lançaram os alicerces para a resolução política do conflito, mas até agora não conseguiram pôr fim às ações militares que, de acordo com a ONU, já provocaram mais de 10 mil mortos.