Porta-aviões dos EUA no Vietnã: saiu como inimigo, regressa como parceiro

© AFP 2023 / Hoang Dinh NamNavios de guarda costeira da China e do Vietnã no local disputado do mar do Sul da China, maio de 2014 (foto de arquivo)
Navios de guarda costeira da China e do Vietnã no local disputado do mar do Sul da China, maio de 2014 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A última vez que um porta-aviões dos EUA esteve perto das costas do Vietnã foi em 1975. Naquela altura, o navio participou da evacuação dos conselheiros americanos durante o fim da Guerra do Vietnã.

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Mas agora, como notou o ministro da Defesa do Vietnã, Ngo Xuan Lich, durante um encontro com seu homólogo dos EUA, James Mattis, os norte-americanos são parceiros muito importantes para o seu país.

Durante este encontro, os ministros acordaram a visita de um porta-aviões dos EUA ao Vietnã no próximo ano.

O cientista político russo Grigory Lokshin pensa que os contatos entre os EUA e o Vietnã devem ser considerados tendo em conta as relações entre a China e o Vietnã.

"O Vietnã, defendendo seus interesses e sua integridade territorial, tem de alguma forma interesses comuns com os EUA, que há vários anos entraram em colisão com a China nesta região", disse o especialista à Sputnik Vietnã, acrescentando que para os EUA a posição do Vietnã é benéfica.

É neste contexto que devemos analisar a visita de um porta-aviões dos EUA a Cam Ranh no Vietnã. O Vietnã permite entrar em Cam Ranh em cada ano a um navio grande dos EUA e a um da China, o que mostra que este país não vai ceder nenhuma base militar a qualquer país nesta cidade.

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Não devemos também exagerar a importância dos fornecimentos de armas dos EUA ao Vietnã, porque a maior parte das importações do material militar para o Vietnã (por volta de 90%) são efetuadas a partir da Rússia. Segundo os últimos dados, o Vietnã está comprando 64 tanques T-90 russos, 4 divisões de sistemas S-400 e caças de nova geração MiG-35, conta o especialista.

O reforço da defesa nacional vietnamita, incluindo a contribuição para isso dos EUA, sem dúvida que não é agradável para a China. O Vietnã, por sua vez, não gosta da atividade chinesa no mar do Sul da China. Agora assistimos a uma nova espiral da tensão entre os países, disse Grigory Lokshin.

O tenente-general do exército vietnamita Le Phuc Nguyen comentou à Sputnik Vietnã a viagem do ministro da Defesa do seu país aos EUA, dizendo que este passo mostra que a cooperação entre os dois países tem boas perspectivas. Ele assinala que as autoridades dos EUA continuam a política das direções anteriores em relação ao Vietnã, o que traz benefícios para ambas as partes.

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