A confrontação geopolítica entre os EUA e a Rússia desde a década de 50 levou à formação de duas escolas de construção aeronáutica únicas, que se influenciaram mutuamente. Cada parte tentava criar um armamento superior ao que estava à disposição do adversário. Esta corrida levou a que, no século XXI, os russos e os norte-americanos se tornaram nos principais "criadores de moda" na aviação militar. O colunista da Sputnik Andrei Kots apresenta uma seleção dos mais poderosos aviões de combate russos e seus concorrentes americanos que hoje em dia continuam em serviço.
O mais caro
Os bombardeiros estratégicos americanos B-2 Spirit, desenvolvidos pela empresa Northrop Grumman, entraram no serviço da Força Aérea americana em 1997. Estas aeronaves foram os primeiros veículos estratégicos com tecnologia furtiva.
Sua pouca visibilidade é proporcionada por sua estrutura peculiar em forma de "asa voadora", pelo revestimento da fuselagem, feita de materiais que absorvem os sinais dos radares, bem como por seus motores especiais, que blindam os jatos de reação.
Cada avião é capaz de deslocar até 27 toneladas de armamentos, inclusive bombas e mísseis com "recheio" nuclear.
Todos os 20 aviões B-2 foram construídos entre 1994 e 2000. Por enquanto, o Pentágono não planeja reiniciar a produção destas máquinas "invisíveis". Acontece que, mesmo para os padrões americanos, as aeronaves B-2 Spirit custam um monte de dinheiro. Assim, em 1998 cada aparelho era avaliado em um bilhão de dólares. Porém, levando em conta o trabalho de pesquisa e desenvolvimento, cada avião teria custado mais de 2 bilhões ao Departamento de Defesa americano.
O mais pesado
Não é apenas a invisibilidade que contribui para o poderio dos aviões estratégicos. O concorrente mais próximo da aeronave furtiva norte-americana é o caça-bombardeiro russo Tu-160, que é recordista mundial no que se trata de capacidade de armamento. Apenas um "Cisne Branco" pode deslocar 45 toneladas de bombas e mísseis, contra apenas 34 toneladas do B-1 americano e 27 toneladas do B-2.
O peso máximo de decolagem do Tu-160 é de 275 toneladas, o que também é muito mais do que o dos concorrentes. Além, disso o "estrategista" russo possui os mais poderosos motores da sua classe e é capaz de atingir a velocidade inédita de 2.300 km por hora, o que é o melhor resultado entre todos os bombardeiros modernos.
No âmbito do programa de armamentos estatal para o período entre 2018 e 2025, planeja-se modernizar o Tu-160 e Tu-160M até à versão M2.
O mais produzido
O caça da 4ª geração mais amplamente produzido é, sem dúvida, a aeronave americana F-16 Fighting Falcon. Desde 1978, foram construídos mais de 4.500 aviões deste tipo, dado que estes estão no serviço de 25 países em todos os continentes, excluindo a Austrália.
Entre as vantagens evidentes do caça americano está sua universalidade e os custos consideravelmente baixos — cerca de US$ 20 milhões. Dependendo da modificação, o F-16 pode ser usado para ganhar superioridade aérea, como bombardeiro tático ou como aeronave de reconhecimento e designação de alvos.
Os últimos 2.200 aviões deste tipo foram entregues à Força Aérea dos EUA em 2005. Porém, no que se trata das exportações, os F-16 serão produzidos, no mínimo, até o fim de 2017. Particularmente, entre os interessados na compra estão os Emirados Árabes Unidos, cuja Força Aérea já possui 53 aeronaves americanas de modificação Block 60.
O mais manobrável
A revista norte-americana The National Interest chamou o caça russo Su-35S de, provavelmente, "o melhor caça de combate de proximidade na história da aviação". Uma das peculiaridades dos motores deste avião é a capacidade de manejar o vetor de propulsão em todos os ângulos.
Os modernos caças americanos, por exemplo, podem manejar o vetor de propulsão só no sentido vertical, o que facilita sua decolagem, mas não permite tal super capacidade de manobra que possuem os Su-35.
Um piloto competente dirigindo um Su-35 é capaz de, literalmente "dançar" no espaço aéreo, efetuando com mestria figuras dificílimas de alta pilotagem. Tais truques não são apenas uma diversão impressionante para o público durante os shows de aviação, mas também uma maneira de superar o inimigo em combates próximos.
Aproveitando sua vantagem em manobrabilidade, o Su-35 pode rapidamente se aproximar da cauda do inimigo e derrubá-lo com um ataque preciso. Ademais, o moderno complexo de bordo de luta radioeletrônica e a alta velocidade da aeronave ajudarão a aumentar a distância e a evitar os mísseis do inimigo.
O mais tecnológico
Embora os críticos não parem de criticar o caça americano F-22 Raptor por seus altos custos e uma série de peculiaridades de construção, ele continua sendo o primeiro e único caça da 5ª geração que hoje em dia está em serviço (seu "irmão mais novo", o F-35, será produzido em massa apenas em 2019).
Além disso, F-22 possui equipamentos de bordo resistentes a interferências e um sistema de radar AN/APG-77 com antenas com relação de fase orientáveis eletronicamente, sistema de comunicações integrado, sistemas de navegação e identificação e mísseis de alta precisão.
Tudo isto é indispensável para que o piloto seja capaz de derrubar o inimigo a longas distâncias sem se dar a ver. Porém, os Raptores ainda não efetuaram combates com caças modernos e não entraram na zona de alcance dos radares modernos, ou seja, suas capacidades de combate ainda não foram provadas em situações de guerra real.
O mais rápido
De todos os aviões que estão em serviço de vários países hoje em dia, o mais rápido é o caça de intercepção russo MiG-31, que é capaz de alcançar a velocidade de 3.000 km por hora. Não há outras aeronaves que possam se gabar de tais caraterísticas. Contudo, os americanos já tiveram os aviões de reconhecimento mais rápidos, os SR-71 Blackbird, mas sua produção foi suspensa em 1998.
Tais caraterísticas, somadas com o alcance de voo de 2.240 km, faz com que o MiG-31 seja um interceptor perfeito no sistema de defesa antiaérea.
Um grupo de 4 aviões deste tipo é capaz de controlar um espaço aéreo de 1.100 km. Atualmente, todo o parque de MiG-31 está passando por uma fase de modernização até à versão BM, que possui um novo sistema de controlo de armamentos e um sistema de guerra radioeletrônica capaz de detectar alvos no raio de 320 km.