Moscou começou a aplicar estas novas regras do jogo desde meados da década passada em relação aos países que tinham seguido uma política "pouco amistosa" relativamente à Rússia.
Alksnis sublinha que a "mudança de regras" afetou sobretudo os países do Báltico e a Geórgia.
Pouco a pouco, todo o mundo entendeu que a Rússia responderá sempre de maneira contundente às ações agressivas contra Moscou e que o país autor dessas ações terá que pagar por sua política pouco amigável. Mesmo assim, alguns continuam desafiando Moscou: o mais recente exemplo foi a decisão de Moldávia de declarar o vice-premiê russo Dmitry Rogozin persona non grata.
No entanto, segundo acredita Irina Alksnis, "a dicotomia 'Rússia — Ocidente', a escolha entre um ou outro é superficial, pois, se analisarmos o tema mais profundamente, veremos que a Rússia e o Ocidente (ou melhor, seus atores hegemônicos) estão no mesmo barco".
"São os países que produzem carros e motores de mísseis, constroem usinas nucleares e aviões, lançam naves espaciais e elaboram novos medicamentos", ressalta a especialista.
Agora, já que a Rússia percebeu que suas boas ações em relação aos vizinhos podem se voltar contra ela, Moscou deixou de ajudar os mal agradecidos, afirma a especialista política.
Segundo a autora, o mundo se encaminha rumo a uma iminente Nova Idade Média, que será marcada por uma forte estratificação social e uma atitude impiedosa para com os pobres. Neste novo modelo de sociedade, a Europa do Leste será um terreno baldio, uma zona deprimida entre os centros de civilização, conclui a autora do artigo.