Muito pior do que Iraque: eis a que leva o ceticismo dos EUA em relação ao Afeganistão

© AP Photo / Rahmat GulAgentes das Forças de Segurança do Afeganistão e os soldados norte-americanos
Agentes das Forças de Segurança do Afeganistão e os soldados norte-americanos - Sputnik Brasil
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Faz tempo que os EUA não conseguem definir sua nova estratégia quanto ao Afeganistão. A situação no próprio Afeganistão continua piorando.

Abdul Kader Mesbah, observador político afegão disse, em declarações para a Sputnik Dari, que ninguém prestará atenção ao Afeganistão até que os terroristas do país comecem a ameaçar os EUA ou a comunidade internacional.

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"Os americanos não prestam atenção na situação crítica no Afeganistão, por isso o terrorismo no nosso país cresce a cada dia. Passaram vários meses, mas os EUA ainda não conseguiram determinar a sua estratégia em relação ao Afeganistão. Os terroristas se apossaram de mais territórios e a posição do governo e das forças estrangeiras ainda piorou", afirma Abdul Kader Mesbah.

A crise atingiu também o governo no país até ao ponto de as autoridades não serem capazes de tomar medidas para conter o terrorismo. Abdul Kader Mesbah destaca que o lançamento pelos EUA da "Mãe de Todas as Bombas" contra Achin não ajudou ao combate contra os terroristas, pois eles continuam se escondendo nas áreas montanhosas do país.

"Todas as declarações dos EUA de que eles estão eliminando terroristas são apenas palavras de ordem. Os EUA perderam a guerra no Afeganistão? Disso são culpados Obama e Trump. Assim falam senadores americanos que advertem que, se se deixar o Afeganistão sem atenção, a situação será dez vezes pior do que no Iraque", concluiu o observador afegão.

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Haji Mohammad Abdo, membro do parlamento afegão, também expressou dúvidas quanto ao sucesso de Washington no Afeganistão e sublinhou que seu país tem chances de se tornar um segundo Iraque, se os EUA não aprovarem uma nova estratégia o mais rápido possível.

"Até o terrorismo do Afeganistão ter tocado nos EUA e países ocidentais, eles não se importavam com nosso país. Matavam pessoas, violavam os direitos humanos, mas a comunidade internacional não prestava nenhuma atenção", destacou o político.

Em 2001 tudo mudou, lembra Haji Mohammad Abdo, quando os EUA se interessaram pelo Afeganistão. O país tinha esperança de que os EUA e a OTAN levariam a paz mas, com a chegada das forças estrangeiras, a guerra ainda se intensificou mais.

"O Afeganistão de hoje é uma fonte de aumento da tensão mundial", resumiu o político.

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