Sputnik conversou com especialista em Oriente Médio e editor-chefe do jornal Iran Press, Emad Abshenas, sobre os motivos e as consequências da aproximação das duas potências regionais.
"[O presidente da região do Curdistão iraquiano e líder do Partido Democrático do Curdistão Massoud] Barzani insiste em realizar o referendo sobre a independência do Curdistão. Talvez este seja o motivo da operação conjunta [da Turquia e do Irã]. No entanto, os dois países decidiram que devem realizar a operação conjunta também em função de muitos outros fatores", explicou o analista político.
"Se o referendo sobre a independência dos curdos acontecer, isso agravará a situação nas regiões curdas do Irã e da Turquia. Tudo pode acabar em caos. E a política dos EUA, de armar os curdos, agravará a situação ainda mais. Irã e Turquia temem que os curdos saiam do controle dos EUA e as armas acabem em mãos de grupos inimigos. Isso aconteceu com frequência no Afeganistão, Líbia e outros países, onde os EUA controlavam grupos, que sairam do controle", disse Abshenas.
"Segundo as últimas informações, recebidas pelo Irã e pela Turquia, os EUA estão planejando uma outra operação na região de Idlib, com a participação dos combatentes curdos. Desta vez, Irã e Turquia decidiram impedir essa operação com o apoio da Rússia e do governo sírio", alertou o especialista.
"Irã e Turquia, para se opor aos planos dos EUA, precisam cooperar na região para, no futuro, não se tornarem vítimas desses planos. Essas medidas serão necessárias até que os curdos acordem e percebam que os EUA não são um país que realmente se importa com a comida na mesa dos outros", concluiu.