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Brasil – novo mercado promissor para helicópteros russos do gigante Vertolyoty Rossii

© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensA apresentação do helicóptero multifuncional Ansat produzido na fábrica de Kazan (foto de arquivo)
A apresentação do helicóptero multifuncional Ansat produzido na fábrica de Kazan (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Já faz tempos que o Brasil figura entre os parceiros do poderoso consórcio Vertolyoty Rossii (Helicópteros da Rússia) e pretende cooperar mais. A Sputnik Brasil falou em exclusivo com Sergei Detkov, diretor de vendas da empresa, sobre o futuro do comércio russo-brasileiro.

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O conglomerado Vertolyoty Rossii, que faz parte do grupo de construção de veículos Oboronprom e, consequentemente, da eminente gigante russa Rostec, tem apenas 10 anos de idade, tendo sido fundado em 2007, mas já ganhou fama, não só dentro do território russo, mas também fora dele. Os centros analíticos ocidentais atribuem-lhe as notas mais altas, enquanto a geografia das exportações continua crescendo.

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Ultimamente, os helicópteros russos têm desfrutado de popularidade em todos os continentes, inclusive na América Latina. Este mercado, nas palavras dos dirigentes da empresa, representa um interesse especial para o consórcio, com um destaque especial o do Brasil.

Vários anos atrás, o país verde e amarelo já cooperou com a Rostec ao comprar um lote de 12 helicópteros de combate Mi-35M, que na categorização brasileira se denominam como AH-2 Sabre. As aeronaves, particularmente, são usadas para destruir equipamentos e armamentos do inimigo, desembarques de pessoal militar, apoiar tropas terrestres e até transporte de mercadorias, o que os torna verdadeiramente multifacetados.

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Além disso, no ano passado Moscou começou construindo um centro de manutenção dos respectivos aparelhos em território brasileiro, com o fim de efetuar o revezamento na inspeção de motores e o treinamento dos especialistas.

Abrindo novas frentes no estrangeiro

Desta vez, Brasília se mostrou interessada em aeronaves civis de produção russa Ansat, dado que estas são capazes de realizar toda uma série de tarefas, desde transferência de cargas até operações de busca e resgate e de patrulhamento.

A Sputnik Brasil, em parceria com a Rostec, visitou a principal fábrica de produção civil pertencente ao grupo Vertolyoty Rossii, em Kazan, que também se ocupa da construção dos famosos helicópteros Mi-8 e dos inovadores Mi-38, e fez questão de descobrir o que se pode esperar da cooperação russo-brasileira neste âmbito.

De acordo com o diretor de vendas do consórcio, Sergei Detkov, a fábrica de Kazan "tem se focado historicamente na exportação de seus produtos", com um destaque especial dado às aeronaves dos tipos Mi-8 e Mi-17, inclusive em todas as suas versões modernizadas.

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Entretanto, neste âmbito de helicópteros médios e pesados, a Rússia tem sempre ocupado o lugar de líder no mercado internacional. Segundo Detkov, hoje em dia a presença global de Moscou nesta classe é em torno volta de 80%.

Contudo, atualmente a fábrica de Kazan está elaborando uma nova estratégia comercial, até o ano de 2025, com o objetivo de reorientar as exportações e aumentar a parcela de veículos civis no balanço. Neste contexto, a maior atenção se dá a uma nova "estrela" do consórcio, o helicóptero Ansat ("simples", em tártaro).

"Até 2025, planejamos produzir por volta de 250 helicópteros Ansat aqui na fábrica de Kazan, dado que cerca de 60% desse volume será exportado. Hoje em dia, estamos em uma fase inicial do processo de certificação deste helicóptero em vários países. Os procedimentos já começaram na China, o mesmo se planeja fazer no Brasil em um futuro breve", afirmou Detkov durante um discurso de saudação aos jornalistas.

Em uma breve entrevista após o evento, a Sputnik Brasil discutiu com Detkov os detalhes do procedimento.

Sputnik: Durante sua intervenção, o senhor falou, particularmente, sobre a certificação dos helicópteros Ansat no Brasil. Como foi alcançado este acordo?

Sergei Detkov: [O processo] ainda não foi iniciado. Até hoje, a certificação foi apenas iniciada na China. Ou seja, no Brasil isto ainda está em fase de negociação, de regulamentação, com os nossos parceiros brasileiros que celebraram conosco um memorando de cooperação.

S: Quer dizer, estes procedimentos são necessários para depois se concretizarem os planos de exportações para o Brasil?

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SD: Sim, claro. Assinamos um memorando sobre a parceria em compras de helicópteros e seus equipamentos e, ao mesmo tempo, sobre a colaboração destes parceiros no processo de certificação no Brasil. O parceiro no âmbito de manutenção pela parte brasileira é a Helipark, uma empresa bem famosa, que também possui o nosso helicóptero Ka-32. Quanto às entregas do Ansat, celebramos os memorandos dos quais já falei no [Salão Aéreo Internacional] MAKS, neste ano.

Detkov relembrou que, além dos helicópteros militares Mi-35M, o Brasil já comprou três helicópteros multifacetados russos Mi-171A1 que, após vencerem o leilão da Petrobras, efetuaram voos na Amazônia para a empresa Atlas Taxi.

"Entretanto, os helicópteros Mi-171A1 cessaram seu funcionamento no Brasil, pois foi um contrato com a Petrobras e a Atlas Taxi, e os projetos foram congelados, provavelmente pela situação criada [no Brasil e na petrolífera nacional em particular]. Consequentemente, eles [brasileiros] os apresentaram para comercialização, mas na verdade não sei dizer se os venderam", partilhou Detkov.

Além disso, o entrevistado enfatizou que tal dinâmica é própria de várias economias estrangeiras que se baseiam, em grande parte, na exploração de matérias-primas.

"Já que lá os volumes da exploração do petróleo diminuíram, bem como os trabalhos para achar novas jazidas, o que é uma tendência internacional, inclusive brasileira, vemos que as proporções do mercado para os helicópteros desta classe, quero dizer pesados, como o Mi-8, também reduziu. Entretanto, vemos um grande potencial nos helicópteros Ansat, não só na Rússia, mas também em toda a América Latina", explicou.

Argumentando a perspectiva elevada do consórcio russo nesse respeito, Detkov explicou que no Brasil, predominantemente, voam os helicópteros antes utilizados de produção estadunidense e europeia. Os seus análogos russos, por sua vez, sendo novíssimos, custam os mesmos valores que os helicópteros já usados ocidentais.

Detkov adiantou: dado que o processo de certificação, leva, mais ou menos, uns 12 meses no máximo, já dentro de um ano poderemos falar sobre as próprias entregas.

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Para concluir a conversa, a Sputnik também abordou a possível parceria com Portugal no âmbito do combate aos incêndios florestais, dado que a região é muito vulnerável nesse respeito e já usou os helicópteros Ka-32 do Vertolyoty Rossii produzidos em outra fábrica do consórcio para efetuar tais tarefas.

"Lá voavam sete helicópteros nossos Ka-32, até há pouco, com fins de combate aos incêndios. Mas surgiram problemas, no próprio território português, entre o proprietário e a empresa aérea, há processo judiciais. E, devido a estes problemas, ultimamente seu uso se limitou a 3-4 helicópteros. Isto, por sua parte, influiu negativamente também nas capacidades para combate aos incêndios em Portugal neste ano", concluiu.

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