De acordo com a oposição, Moon está sendo “ingênuo” em sua estratégia em relação ao governo de Kim Jong-un – a Coreia do Sul defende a abertura de diálogo com Pyongyang, ao invés da política da gestão anterior, que não apostava em soluções diplomáticas.
Para os opositores sul-coreanos, é preciso que Seul passe sim a considerar alternativas militares para se defender da ameaça norte-coreana, algo que Moon e o seu gabinete não parecem dispostos a fazer, pelo menos enquanto a saída diplomática não for esgotada.
Para o Partido da Liberdade da Coreia (LPK, na sigla em inglês) – de perfil conservador, e da ex-presidente Park Geun-hye, que foi alvo de impeachment –, a Coreia do Sul deveria adotar armas nucleares dos Estados Unidos e aumentar a presença do sistema de defesa antiaérea THAAD, que está sendo alvo de questionamentos pela atual administração.
"A Coreia do Sul deveria operar os sistemas THAAD agora mesmo. A nação deve iniciar negociações para redistribuir armas nucleares táticas e submarinos de energia nuclear, implementar permanentemente armas estratégicas dos EUA na península e cortar completamente o abastecimento de petróleo da China para o Norte", afirmou o líder do LKP, Chung Woo-taik, ao jornal Korea Herald.
Outro líder do LKP, Hong Joon-pyo, chamou o atual governo de Moon de “inexperiente”, sobretudo o Chefe de Gabinete e a ministra de Relações Exteriores. "O presidente deveria abandonar amadores de esquerda no gabinete rapidamente e organizar uma equipe profissional", avaliou.
Já o alvo da minoria do Partido Bareun foi a liderança dos governistas do Partido Democrático da Coreia (DPK, na sigla em inglês), Choo Mi-ae. Repetindo as palavras do presidente Moon, ela prega o diálogo e uma solução pacífica para a crise na península.
"Suas observações mostram que o campo no governo não tem outra ideia além do diálogo", disse o porta-voz do Partido Bareun, Park Jeong-ha.
O Partido do Povo juntou-se à crítica da oposição. "O governo deve olhar a realidade diretamente por incompetência e ilusão", disse o presidente do partido, Ahn Cheol-soo, na última segunda-feira.
O atual governo sul-coreano admitiu no mês passado a retomada de estudos quanto à aquisição de um submarino nuclear. Demais medidas estão descartadas, pois seriam um retrocesso no discurso diplomático que busca uma solução para a crise com os norte-coreanos.
Para especialistas, uma corrida armamentista nuclear por parte de Seul poderia ter um efeito contrário, fazendo com que Pyongyang aumentasse a agressividade de suas provocações – com resultados difíceis de prever.
Por ora, o que a Coreia do Sul obteve foi a autorização do presidente dos EUA, Donald Trump, para uma compra bilionária de novas armas. Na área diplomática, o governo sul-coreano segue apoiando novas sanções contra Pyongyang, pleiteando ainda uma maior colaboração de China e Rússia para trazer Kim Jong-un para a mesa de negociações.