Ataques contra a dinastia Kim: quem e como queria liquidar os líderes norte-coreanos?

© REUTERS / KCNAO líder norte-coreano, Kim Jong-un (foto de arquivo)
O líder norte-coreano, Kim Jong-un (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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À medida que as tensões na península da Coreia estão crescendo, há cada vez mais propostas nos EUA de eliminar o dirigente norte-coreano.

Na semana passada, o jornal norte-americano The National Interest anunciou sobre a existência de um "Plano Operacional 5015" segundo o qual Washington e Seul devem eliminar o líder norte-coreano no seu bunker através de um ataque preventivo com uma bomba de alta precisão, antes de paralisar o sistema de controle do exército norte-coreano por meio uma arma de alta precisão, informa o Komsomolskaya Pravda. 

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Ao longo do tempo foram várias as tentativas de "neutralizar" os líderes norte-coreanos, mas todas foram fracassadas. 

O pai da dinastia, Kim Il-sung, se preocupava muito com a ameaça da sua eliminação, nomeadamente durante a guerra contra a agressão japonesa na China, à qual o futuro líder norte-coreano resistia ativamente na Manchúria. Naquela época os japoneses organizaram a caça ao futuro líder norte-coreano apelando para os prisioneiros da sua unidade e prometendo-lhes perdão. 

Kim Il-sung tinha vários guarda-costas, um dos quais era, segundo os rumores, a sua segunda esposa a mãe de Kim Jing-il, Kim Jong-suk.

A propaganda oficial ainda evoca um episódio quando Kim Jong-suk protegeu o futuro líder com o próprio corpo durante um ataque de um soldado japonês. 

Um cidadão da Sibéria salvou Kim Il-sung 

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Em 1946 Kim Il-sung, assistente do comandante soviético de Pyongyang, fazia um discurso em uma manifestação para celebrar a independência da Coreia. Quando ele apareceu na tribuna, um agente do Governo provisório controlado pelos norte-americanos lançou uma granada contra a multidão.

Foi um cidadão russo da Sibéria, Yakov Novitchenko, responsável pela segurança da manifestação, que impediu a morte do líder pegando a granada e a cobrindo com o próprio corpo. Novitchenko perdeu um braço e foi desmobilizado mas recebeu a condecoração de Herói da Coreia do Norte. 

Os kamikazes de Silmido

Após a guerra da Coreia, Kim Il-sung enfrentou o risco de ser eliminado por agentes sul-coreanos, controlados pelos EUA. 

O fim dos anos sessenta foi o período mais perigoso para o secretário-geral. Seul, que queria se vingar pelo ataque à Casa Azul (residência do presidente sul-coreano Park Chung-hee em janeiro de 1968) decidiu responder à Coreia do Norte de forma semelhante. 

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Crianças limpam os degraus perto dos monumentos de Kim Jong-il e Kim Il-sung na Coreia do Norte, no âmbito dos festejos do Dia da Vitória - Sputnik Brasil
Crianças limpam os degraus perto dos monumentos de Kim Jong-il e Kim Il-sung na Coreia do Norte, no âmbito dos festejos do Dia da Vitória

Foi formada a unidade especial Unit 684, composta por 31 homens, que treinavam duramente na ilha de Silmido e tinham como tarefa eliminar Kim Il-sung. 

No entanto, o próprio comando da unidade especial considerava essa missão impossível, mas escondia-o dos subordinados. Por razões desconhecidas, a operação foi cancelada.

Os planos de Seul foram alterados, mas não os planos da unidade. Em agosto de 1971 os soldados se amotinaram e mataram 18 guardas para capturar os navios e alcançar o maior porto da Coreia, Icheon. Os atacantes roubaram dois ônibus e se dirigiram para a capital a fim de castigar os antigos chefes que, segundo eles, haviam destruído as suas vidas. Os militares sul-coreanos eliminaram a maioria dos revoltosos, os quatro sobreviventes foram condenados à pena capital. 

Revolta dos oficiais 

As tentativas mais reais e, ao mesmo tempo, mais míticas de eliminação da dinastia Kim foram empreendidas durante a entrega do poder de Kim Il-sung para o seu filho Kim Jong-il, nos anos noventa. 

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De acordo com os rumores da época, um dos generais do exército norte-coreano planejou com 30 ou 40 oficiais matar os líderes norte-coreanos com canhões durante o desfile dedicado ao 60º aniversário da formação do exército popular contra o Japão, em 1992. Mas o plano dos conspiradores foi descoberto e todos os participantes foram executados. 

Uma outra história misteriosa esteve ligada com a fome terrível dos anos noventa, quando milhares de pessoas faleceram na Coreia do Norte. Em 1995 os oficiais das forças terrestres de Chongjin tentaram organizar uma revolta contra Kim Jong-il, mas as autoridades sabiam das suas intenções. 

100 mil dólares para subornar cúmplices 

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A última tentativa teve como alvo o terceiro representante da dinastia Kim, o atual líder da Coreia do Norte Kim Jong-un. De acordo com a mídia japonesa, no fim de 2015 a presidente sul-coreana Park Geun-hye assinou um decreto confidencial que autorizava a eliminação do líder norte-coreano e a preparação do respectivo plano. 

Na sequência disso, recentemente Pyongyang informou ter capturado um recrutado norte-coreano que trabalhava para a CIA e a inteligência sul-coreana. Ele havia recebido um rádio, 20 mil dólares em dinheiro de bolso e mais 100 mil para recrutar cúmplices na Coreia do Norte. 

De acordo com o plano, este oficial devia eliminar Kim Jong-un com um explosivo durante um evento importante. As autoridades norte-coreanas anunciaram a detenção do oficial recrutado. 

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