Pyongyang considera que as sanções e a pressão por parte dos EUA estão entrando numa "fase extremamente imprudente" e adverte que o país está pronto para tomar medidas sem precedentes. É isso que se lê no comunicado do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano publicado no site da Agência Central de Notícias da Coreia (ACNC).
O Ministério das Relações Exteriores do país afirmou que, "a arma superpotente de hidrogênio" foi elaborada a fim de conter as crescentes ações inimigas por parte de Washington, bem como para evitar a guerra nuclear na península da Coreia.
Pyongyang frisou também que está observando atentamente as ações dos EUA e está pronto a lhes responder. "As próximas medidas que a República Popular Democrática da Coreia vai tomar vão causar aos EUA a maior dor e sofrimento pelos quais eles nunca passaram em toda a sua história", se lê no comunicado.
Pyongyang acrescentou também que, caso os EUA desejem evitar a destruição completa, estes devem cessar sua confrontação política, econômica e militar com a Coreia do Norte.
Como resposta, os EUA pretendam apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de sanções à Coreia do Norte. Washington propõe introduzir um embargo petroleiro, proibir a compra de têxteis norte-coreanos e limitar as possibilidades de emprego para os cidadãos do país no estrangeiro. Além disso, está previsto congelar os ativos do líder norte-coreano, Kim Jong-un, dos membros de seu governo e da companhia aérea Air Koryo.
O especialista em ciências políticas, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, opinou que a reação das autoridades norte-coreanas é apenas retórica.
"Para as autoridades norte-coreanas é típico usar expressões pomposas, por isso suas ameaças às vezes se parecem surpreendentemente a uma poesia. Mas eu não acho que a Coreia do Norte ataque realmente os EUA. Isso iniciaria uma guerra, operações militares diretas em que Pyongyang obviamente vai perder ou sofrer danos muito graves. Assim, um ataque direto aos EUA não iria beneficiar as autoridades norte-coreanas, mas a retórica é boa para consumo interno", frisou Pavel Svyatenkov.
Quanto às sanções, o especialista considera sua aprovação como uma grande questão.
"É preciso a Rússia e a China votem a favor, porque muito vai depender da posição delas. Já que essas medidas afetarão da forma negativa o comércio entre a China e a Coreia do Norte, é duvidoso que a China concorde", sublinhou Svyatenkov.