Segundo o especialista, as "revoluções coloridas" que os EUA provocaram na Ucrânia, Egito e outros países árabes, agora estão sendo induzidas na Venezuela através de "serviços de inteligência, agentes infiltrados, parapoliciais e paramilitares" que têm por objetivo a "completa desestabilização" e a justificação de uma intervenção armada externa.
O analista indicou que, no caso da Venezuela, o triunfo de uma revolução deste tipo é mais difícil, pois Caracas "tem resistido" aos choques externos apesar das "constantes agressões de todos os tipos de que tem sido alvo". Isso se tornou "uma pedra no sapato" dos EUA, afirmou, em entrevista à Sputnik Mundo.
"Creio que vão tentar dividir o exército venezuelano, o próprio bolivarianismo e, naturalmente, continuar a guerra econômica", opinou o especialista.
A política externa dos EUA pretende enviar uma mensagem a suas "duas superpotências adversárias", a Rússia e a China, que têm lutado pela não ingerência nos assuntos da Venezuela e pela preservação dos seus laços econômicos com Caracas.
O político lembra que Pequim se manifestou a favor do processo constituinte na Venezuela, cuja consulta eleitoral considera "legítima".
Por outro lado, interferindo na Venezuela e em cenários como a Coreia do Norte e o mar do Sul da China, os EUA procuram "debilitar a defesa chinesa" e ameaçam o "processo de integração asiática e da [Nova] Rota da Seda, provocando conflitos artificiais".
"A Venezuela é parte deste jogo mas, nos processos de agressão para enfraquecer a Rússia e a China, não responde às mesmas chaves […]", afirmou Andrés Piqueras.
Resumindo, ele conclui que Washington vê a soberania da Venezuela como uma ameaça à sua própria posição para enfrentar seus inimigos, por isso, de qualquer maneira, quer acabar com ela.