Opinião: agressão dos EUA contra Venezuela visa enfraquecer a Rússia e a China

© REUTERS / Ginnette RiquelmeManifestação de apoio ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no México
Manifestação de apoio ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no México - Sputnik Brasil
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Tradicionalmente, os EUA consideram os países latino-americanos seu "quintal" e, portanto, não admitem laços políticos e econômicos como os que a Venezuela estabeleceu com a Rússia e a China, afirmou o analista internacional Andrés Piqueras ao programa Telescópio da Sputnik Mundo.

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Em meio à escalada de tensões entre o governo venezuelano e os grupos opositores, Washington está levando a cabo ações hostis no país caribenho que fazem parte de um "jogo estratégico" para enfrentar as outras potências, segundo Andrés Piqueras, professor da Universidade Jaime I de Castellón (Espanha).

Segundo o especialista, as "revoluções coloridas" que os EUA provocaram na Ucrânia, Egito e outros países árabes, agora estão sendo induzidas na Venezuela através de "serviços de inteligência, agentes infiltrados, parapoliciais e paramilitares" que têm por objetivo a "completa desestabilização" e a justificação de uma intervenção armada externa.

O analista indicou que, no caso da Venezuela, o triunfo de uma revolução deste tipo é mais difícil, pois Caracas "tem resistido" aos choques externos apesar das "constantes agressões de todos os tipos de que tem sido alvo". Isso se tornou "uma pedra no sapato" dos EUA, afirmou, em entrevista à Sputnik Mundo.

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O fato de a Venezuela estar situada em um continente que Washington considera "seu quintal" e seu território "natural" também faz com que o Pentágono seja cauteloso. Por isso, para o professor espanhol, "provocar uma desestabilização militar como na Síria ou Líbia ou como aconteceu na Iugoslávia é um pouco mais complicado".

"Creio que vão tentar dividir o exército venezuelano, o próprio bolivarianismo e, naturalmente, continuar a guerra econômica", opinou o especialista.

A política externa dos EUA pretende enviar uma mensagem a suas "duas superpotências adversárias", a Rússia e a China, que têm lutado pela não ingerência nos assuntos da Venezuela e pela preservação dos seus laços econômicos com Caracas.

O político lembra que Pequim se manifestou a favor do processo constituinte na Venezuela, cuja consulta eleitoral considera "legítima".

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A Venezuela, por sua vez, "é um importante parceiro" de Pequim, por isso a "desestabilização política pode significar riscos" para os investimentos do gigante asiático. Apesar disso, a China considera que "não deve se desviar da linha de cooperação econômica, nomeadamente do ponto de vista energético" em toda a América Latina.

Por outro lado, interferindo na Venezuela e em cenários como a Coreia do Norte e o mar do Sul da China, os EUA procuram "debilitar a defesa chinesa" e ameaçam o "processo de integração asiática e da [Nova] Rota da Seda, provocando conflitos artificiais".

"A Venezuela é parte deste jogo mas, nos processos de agressão para enfraquecer a Rússia e a China, não responde às mesmas chaves […]", afirmou Andrés Piqueras.

Resumindo, ele conclui que Washington vê a soberania da Venezuela como uma ameaça à sua própria posição para enfrentar seus inimigos, por isso, de qualquer maneira, quer acabar com ela.

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