Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Layza Queiróz afirmou:
“O aumento crescente das violações dos direitos humanos no Brasil, principalmente a partir de 2015 e com ênfase nos anos de 2016 e 2017, motivou nossas entidades a enviar esse documento para a ONU e para a OEA. Neste ano, 78% dos assassinatos ocorreram na Amazônia, e a maior parte dos homicídios está ligada a conflitos agrários, envolvendo milícias privadas, latifundiários e o agronegócio.”
A interlocutora da Sputnik confirmou o objetivo do envio do documento para a Organização das Nações Unidas e para a Organização dos Estados Americanos.
“Já que não estamos obtendo resultados positivos com o Estado brasileiro, queremos que a ONU e a OEA pressionem o governo para que a violência seja contida e os defensores dos direitos humanos e as populações menos favorecidas sejam respeitados,” afirmou.
De acordo com o CBDDH e com a Comissão Pastoral da Terra, órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), até agosto de 2017, foram registradas 59 mortes de defensores de direitos humanos no Brasil. Em 2016, período em que foi registrado o maior número de assassinatos nos últimos 32 anos, 66 pessoas foram mortas. Esses fatos levam a advogada Layza Quieróz a apontar as razões para o aumento da violência nas zonas rurais do país:
“A gente atribui o crescimento da violência no campo ao fortalecimento do movimento conservador no Brasil, à consolidação de bancadas fortes no Congresso Nacional, aos ruralistas, a todos enfim que se sentem fortalecidos e, por isso, são responsáveis pela violência no campo.”