Papel dos cereais na geopolítica
Impressionado com as capacidades russas, o Egito rejeitou a compra de trigo ucraniano, que é mais caro e tem menos qualidade. "O frete a partir dos portos russos é menos dispendioso. Isso influencia as exportações de qualquer tipo de grãos, seja cevada, centeio ou trigo", comunicou à Sputnik o diretor da agência analítica ProZerno Vladimir Petrichenko.
A política de exportações de grãos é determinada pela tendência global do século XXI: o aumento da população nos países em desenvolvimento. O Egito entra no grupo de tais países. A lógica é simples: quanto mais pessoas há no Oriente Médio – mais pão é necessário.
As alterações demográficas e econômicas modificam a orientação tradicional do comércio. Nos anos 2016-2017, a Rússia está conseguindo entrar em mercados que no passado eram considerados como exóticos. Entre eles está a Indonésia, onde o espaço se liberou após os EUA terem sofrido anos de secas e o Canadá ter reduzido suas posições por ajudar seu vizinho do sul.
Pão de alta tecnologia
A estatística econômica mostra que o consumo de grãos no mundo aumenta anualmente 2,8% desde o ano de 2011. O desenvolvimento das tecnologias agrícolas abre para a Rússia o caminho para os mercados mais afastados.
Os analistas da agência australiana Aegic acreditam que os fornecimentos de trigo russo no período de 2015 a 2060 vão aumentar em 60%.
De acordo com o diretor da Fundação do Clube Valdai Yaroslav Lisovolik, a Rússia nos últimos anos "partiu de uma base baixa" e, devido a isso, "mantém a possibilidade de aumentar a produtividade".