Os novos canhões Koalitsia devem se tornar a principal arma das divisões das tropas terrestres, substituindo os Msta-S.
Até os especialistas ocidentais confirmam que o Koalitsia ultrapassa seus análogos estrangeiros em muitas caraterísticas, inclusive o canhão alemão PzH 2000, que por muito tempo tem sido considerado como o melhor do mundo.
Entretanto, as tropas de artilharia russas "sempre tiveram uma resposta pronta ao inimigo", ressalta Kots.
Pion e Malka
A artilharia de grandes calibres sempre tem desempenhado um papel importante no arsenal das principais potências militares. Na época da Guerra Fria, ela era desenvolvida tanto pela URSS, como pelos EUA.
Na Rússia, tal arma era o canhão autopropulsado 2S7 Pion de 203 milímetros e sua modificação 2S7M Malka. Ademais, foram criadas munições não nucleares superpotentes para estes armamentos.
Por exemplo, o Pion é capaz de lançar uma munição reativa 3FOF35 de alto poder explosivo com o peso de 110 kg a uma distância de 50 km. Deste modo, pelas capacidades de combate, este canhão se equipara aos armamentos dos maiores navios de linha da época da Segunda Guerra Mundial.
Porém, a potência e o alcance não são apenas vantagens, mas também implicam certas desvantagens, assinala o colunista. O problema é que a Rússia não possui muitos polígonos onde estes canhões de médio e longo alcance possam ser testados.
Além disso, eles não possuem um grande estoque operacional de munições: o Pion dispõe de apenas quatro projéteis e o Malka — de oito. No entanto, a Rússia continua preservando uma reserva de 300 unidades desses armamentos.
Tyulpan
O morteiro autopropulsado 2S4 Tyulpan entrou no serviço ainda na década de 70, mas até hoje continua sendo uma arma potente, e ninguém planeja descartá-lo do arsenal.
O principal "trunfo" do morteiro é o grande leque de munições de 240 milímetros que pode disparar — projéteis de alto poder explosivo, incendiários, de cassete e guiados. Na época soviética, até havia minas neutrónicas e nucleares com potência de 2 quilotoneladas.
O batismo de fogo do Tyulpan ocorreu na Guerra do Afeganistão no final do século passado. A grande mobilidade lhe permitiu atravessar áreas acidentadas junto com outros blindados, sendo capaz de eliminar alvos nos declives das montanhas, desfiladeiros e outros locais de difícil acesso, explica Kots.
Ademais, os morteiros Tyulpan foram usados na Chechênia, onde ajudavam a destruir as construções de concreto nas montanhas.
Vena
O morteiro de 120 milímetros russo 2S31 Vena foi apresentado pela primeira vez na exposição IDEX-97 nos Emirados Árabes Unidos. O armamento foi construído após a Guerra do Afeganistão, onde as armas ligeiras autopropulsadas Nona, que estavam no serviço das Forças Aerotransportadas, tiveram um bom desempenho.
Na época, o Ministério da Defesa considerou que tais armas eram necessárias para as tropas terrestres, mas com chassis BMP-3 mais pesados. A primeira Viena foi incorporada no exército russo em 2010.
A principal diferença entre a nova arma e os morteiros Nona é a sua alta automatização. Cada canhão está equipado com um complexo computadorizado que permite receber e transmitir informações para efetuar disparos com precisão, explica o colunista.
Caso de repente apareça um novo alvo, o Vena estará pronto para disparar um projétil apenas 20 segundos depois de receber a primeira informação.
Smerch
Os lança-foguetes russos BM-30 Smerch entraram no serviço em 1987 e são considerados a arma de artilharia reativa mais potente no mundo.
Com uma descarga só, o armamento pode lançar 12 munições com minas de cluster, de fragmentação ou termobáricas de 250 kg cada.
A área de alcance de um lançamento é cerca de 70 hectares, e o alcance é entre 20 e 90 quilômetros. De acordo com especialistas, um lançamento de seis lança-foguetes Smerch, pela sua força de destruição, é comparável a uma explosão nuclear tática.
Agora os Smerch estão sendo substituídos pelos novos sistemas Tornado-S, capazes de corrigir a trajetória de voo das munições reativas de modo autônomo. Simplificando, as armas criadas para eliminar alvos no terreno se tornaram altamente precisas, capazes de efetuar ataques controlados.