Recentemente, o gigante asiático apoiado pela Rússia começou a dar passos decisivos na direção da criação de uma alternativa viável ao dólar americano no âmbito do comércio e das finanças.
Em particular, a China anunciou o seu desejo de lançar contratos de futuros de petróleo em iuan com possível conversão em ouro. Contrato de futuros são acordos que obrigam as partes a comprar ou vender um ativo por um preço fixo e a ser entregue em um prazo futuro determinado com antecedência.
Hoje em dia, o gigante asiático é o maior importador de petróleo do mundo. Por estas operações comerciais serem efetuadas em dólar, as forças que apoiam a moeda norte-americana temem que a introdução de uma boa alternativa possa privá-las de todas as vantagens oferecidas pela venda e compra.
Segundo o portal russo Vesti, o lançamento dos contratos de futuros de petróleo em iuan pode se tornar uma alternativa na Ásia. Caso isso aconteça, o dólar "seria outro instrumento poderoso de manipulação […] que a China e os seus parceiros petrolíferos, entre eles a Rússia, poderiam eliminar".
Esta medida de Pequim pode levar muitos países no Médio Oriente a optar pelos contratos de futuros em iuan, ao invés de comprar petróleo em dólar.
De fato, a posição da Rússia quanto ao domínio mundial do dólar é bastante clara, e o presidente russo Vladimir Putin a reafirmou no dia 5 de setembro durante a celebração da cúpula do BRICS em Xiamen, China.
"A Rússia comparte a preocupação dos países do grupo BRICS no que se refere à injustiça que reina na arquitetura financeira e econômica global que não leva em conta uma influência crescente dos países com os mercados em desenvolvimento. Estamos prontos para trabalhar com os nossos parceiros para evitar o domínio de um número limitado de moedas", declarou Vladimir Putin.
No entanto, a Rússia e outros países do BRICS não são os únicos que apoiam a medida proposta pela China. Venezuela também quer se livrar do dólar.
Há pouco, este país latino-americano oficialmente deixou de receber e enviar pagamentos em dólar em transações relacionadas à venda de petróleo bruto.
"Os passos dados pela Venezuela demonstram uma fraqueza crescente dos EUA. Anteriormente, considerava-se que um país que não queria comprar dólares teria que esperar as mudanças do regime em curto prazo. Agora a situação mudou", reforça o portal russo Vesti Finance.