Ao combater o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), a coalizão liderada pelos EUA matou pelo menos 84 civis, incluindo 30 crianças, durante ataques aéreos perto de Raqqa, a Human Rights Watch disse em um relatório na segunda-feira (25).
"Em março, dois ataques aéreos perto de Raqqa, na Síria, mataram pelo menos 84 civis, incluindo 30 crianças, fazendo com que aumentassem as preocupações de que a coalizão dos EUA, que luta contra extremistas do Daesh, não teria tomado medidas preventivas necessárias para minimizar perda de civis", afirma a Human Rights Watch em comunicado oficial para anunciar publicação do relatório.
As conclusões foram baseadas em investigações nos locais de ataque, ou seja, em duas cidades a oeste de Raqqa: uma em uma escola que foi usada como abrigo por famílias em Mansour no dia 20 de março, e a segunda em um mercado e padaria em Tabqa em 22 de março.
"A coalizão tem que realizar investigação imparcial e detalhada dos ataques, fazer todo possível para prevenir ataques semelhantes e fornecer recompensa ou pagamentos de condolência às pessoas que sofreram perdas por causa das operações da coalizão", conclui a organização.
A Força-Tarefa Conjunta Combinada da coalizão dos EUA reconheceu ter atingido a escola de Mansour, achando que seria um quartel-general e armazém de armas do Daesh, onde não haveria nenhum civil presente.
A coalizão afirmou que estava ainda investigando as alegações de que a aeronave matou dúzias de civis na sequência do ataque no mercado de Tabqa.
A Força-Tarefa Conjunta Combinada — Operação Resolução Inerente (CJTF–OIR) disse à Sputnik que a coalizão no Iraque e Síria está analisando o relatório da HRW sobre a morte de civis nos dois ataques aéreos em questão.
"A coalizão agora está avaliando estas alegações. O relatório da CJTF–OIR de setembro sobre as vítimas entre civis tem que ser publicado na próxima semana e vai dar o estatuto atual destas alegações", disse a assessoria de imprensa.
A lei internacional requer que todas as partes em conflito tomem as medidas preventivas para que não haja vítimas civis.
A Human Rights Watch documentou os ataques prévios da coalizão contra os civis na Síria, incluindo o de 16 de março de 2017 contra uma mesquita perto de al-Jinah, a oeste de Aleppo, que levou à morte de dezenas de civis.