Israel apoia referendo curdo 'para criar novos conflitos e desestabilização' na região

© AFP 2023 / Ahmad Al-RubayeCurda iraquiana com a bandeira mostrando gesto de vitória durante as celebrações em Kirkuk
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Comentando os resultados do referendo do mês passado no Curdistão iraquiano, Hossein Sheikholislam, conselheiro do Ministério das Relações Exteriores iraniano, afirmou em entrevista à Sputnik que foi Isael quem incentivou o referendo.

Na opinião de Hossein Sheikholislam, a ideia da independência do Curdistão iraquiano foi lançada por Israel, que "quer alcançar a desintegração de vários países através de sua fragmentação a nível nacional".

"Este plano determina que uma parte dos territórios no Oriente Médio devem ser entregues aos marrons [africanos que escaparam da escravidão nas Américas] e aos drusos [comunidade religiosa autônoma, a maioria vive no Oriente Médio]. Um dos primeiros passos para implementar este plano foi o referendo da independência no Curdistão iraquiano", disse Hossein Sheikholislam.

Quanto ao presidente do Curdistão iraquiano, Masoud Barzani, é muito provável que ele seja apoiado por Israel, de acordo com o diplomata.

"Israel está fazendo os possíveis para acelerar as tensões na região, e agora, quando o combate ao Daesh está quase terminado, Tel Aviv quer jogar a "carta nacionalista" para criar novos conflitos e desestabilização", sublinhou o interlocutor da Sputnik Persa.

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Hossein Sheikholislam advertiu que todos os países da região devem se unir para evitar tal cenário.

Ele reiterou que o referendo foi apoiado por Israel e corresponde aos seus interesses geopolíticos na região. O diplomata também advertiu contra as consequências do referendo.

"Isso tem a ver com todos os países vizinhos e, levando em consideração o que aconteceu, o Irã, a Síria, o Iraque e a Turquia devem unir seus esforços para prevenir o separatismo étnico e as tentativas de dividir o Oriente Médio", concluiu.

Na semana passada, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que seu país não está ligado ao referendo no Curdistão iraquiano, mas que se solidariza com o impulso de independência dos curdos.

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Mais cedo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Israel foi o único país que apoiou e reconheceu o referendo curdo no Iraque, acrescentando que os serviços de inteligência israelenses teriam ajudado a organizar a consulta popular.

O referendo sobre a independência decorreu no Curdistão iraquiano em 25 de setembro.

Segundo os resultados oficiais da Comissão Independente de Eleições e Referendo do Curdistão, 92.7 % dos votantes se expressaram a favor da independência do Curdistão iraquiano.

O referendo tem sido duramente criticado não apenas pelo Iraque, mas também por outros países, incluindo o Irã e os EUA.

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