"Se vocês se lembram, dois anos atrás todos pensavam que Bashar Assad, e não só ele, mas a Síria inteira, ia cair no caos porque no oeste a Síria estava sendo atacada pela Al-Qaeda e no leste pelo Daesh", explicou Moreau. Ele disse que isso poderia ter acontecido se não fosse a Rússia e a sua campanha militar bem-sucedida: "Em dois anos isso mudou radicalmente a situação. Ela lançou o processo de paz que agora parece se tornar cada vez mais efetivo", disse Moreau à Sputnik International.
Ele continuou falando sobre as vitórias militares mais significantes da Rússia, na visão dele.
A primeira vitória da Rússia aconteceu quando a Força Aeroespacial da Rússia cortou o fluxo de óleo e dinheiro através da fronteira síria. A segunda teve lugar em Aleppo e a terceira ocorreu em Deir ez-Zor, disse ele, adicionando que Deir ez-Zor parece ser o fim do Daesh na Síria.
Ele também nomeou as negociações de paz em Astana como um dos êxitos diplomáticos da Rússia.
"Claro que é importante ganhar a guerra, mas é igualmente importante organizar a vida no pós-guerra da Síria", pensa ele.
Os EUA têm que parar de apoiar os radicais na Síria
Xavier Moreau também comparou os alcances da Rússia e dos EUA no país do Médio Oriente, chamando Moscou de "especialista em planejamento". A sua operação militar foi muito bem organizada desde o início, talvez mesmo 6-8 meses antes do lançamento da campanha, o que também incluiu o processo político. Pelo contrário, os EUA estão envolvidos em diferentes atividades militares por todo o mundo sem plano algum, sem saber o que vão fazer depois e sem saber quem são as principais forças no terreno.
É por isso que, continuou dizendo, a primeira coisa que os EUA devem fazer é abandonar as forças radicais que eles têm apoiado. Isso não só se refere à Al-Qaeda, que, na opinião dele, foi em tempo organizada pelas forças especiais ocidentais no oeste e em Aleppo, mas também à atividade semelhante do Daesh no leste, em Deir ez-Zor. Os EUA devem parar de criar esse falso estado, esse projeto curdo, que somente levará a uma nova fase da crise, não só na Síria, mas também no Iraque, Irã e Turquia, disse o analista.
Durante dois anos, o exército sírio, com o apoio da Força Aeroespacial da Rússia, conseguiu libertar uma grande parte do país dos terroristas.
De acordo com as avaliações recentes do Ministério da Defesa russo, a Força Aeroespacial da Rússia destruiu quase uma centena de milhar de alvos terroristas desde o início da operação.
Nos princípios de setembro, as forças conjuntas romperam o cerco de três anos da cidade de Deir ez-Zor.
Mais ainda, a Rússia, Turquia e Irã finalmente acordaram as quatro zonas de desescalada na Síria durante as negociações em Astana, Cazaquistão.