Os répteis marítimos da época mesozoica são em muitos aspectos um enigma para paleontólogos, pois os seus restos mortais dificilmente são conservados por causa das particularidades do ambiente em que viviam. Contudo, durante as últimas décadas, cientistas conseguiram revelar muitos detalhes que radicalmente mudaram teorias antes aceitas, como, por exemplo, comida e estilo de vida destas criaturas.
Por exemplo, três anos atrás, cientistas revelaram que ictiossauros surgiram na Terra antes mesmo de viver no mar. Além disso, revelou-se que pliossauros, principais abutres marítimos do período cretáceo, possuíam problemas de saúde como câncer e artrite reumatoide. Outras peculiaridades da sua anatomia indicam semelhanças entre ictiossauros e mamíferos marítimos contemporâneos dos nichos que foram libertados depois da morte dos gigantescos pangolins 65,5 milhões de anos atrás.
A equipe de Dean Lomax desvendou mais um segredo dos monstros marítimos da época dos dinossauros ao estudarem os restos do menor ictiossauro na história da ciência, Ichthyosaurus communis, que atingia 70 centímetros de comprimento na fase adulta. Este pangolim marítimo foi uma das primeiras descobertas deste ramo na historia de ciência – os fósseis foram encontrados por Mary Anning, primeira paleontóloga, em placas de giz na costa sul da Inglaterra e registrados ainda em 1822.
Segundo Lomax, Larkin conseguiu encontrar um fóssil único – esqueleto verdadeiro de Ichthyosaurus communis recém-nascido que morreu bem depois de ter comido uma lula do início do período Jurássico, por volta de 200 milhões de anos atrás.
Esta descoberta, segundo paleontólogos, é importantíssima para a ciência, pois cientistas nunca tinham encontrado ou analisado ictiossauros primitivos que comiam algo além de peixe. Consecutivamente, a existência de mais opções na dieta dos ictiossauros indica que estes pangolins marítimos começaram a explorar os mares e ocupar nichos ecológicos diferentes já no início de sua evolução, concluem Lomax e Larkin no artigo na revista Historical Biology.