Na segunda-feira, Stephen Paddock, um contador aposentado de 64 anos, disparou contra uma multidão de 22 mil pessoas que acompanhava um show e deixou 59 mortos e 527 feridos. Ele estava no quarto no hotel e cassino Mandalay Bay, em Las Vegas, e cometeu suicídio após o ataque.
"É uma questão de força política — não votos, mas dinheiro da NRA e seus amigos", disse ele. "Como em muitas outras questões domésticas, há uma discrepância flagrante entre a opinião pública e as ações,ou não ações, dos políticos".
Pesquisa do Centro de Pesquisa Pew divulgada em 22 de junho apontou que 68% dos estadunidenses concordam com uma proibição total de armas de assalto, como as usadas no massacre de Las Vegas.
"Absolutamente nada vai mudar em termos de legislação federal ou no nível estadual e local. As leis e regulamentos atuais continuarão a ser aplicados com permissividade", disse Brenner.
O lobby das armas
"Infelizmente, com base em assassinatos em massa anteriores nos Estados Unidos, não antecipo quaisquer mudanças realistas sobre o controle de armas na América. A NRA é um dos lobbies mais poderosos do país", disse Boyle a Sputnik.
O professor de direito acredita que o controle da Câmara e do Senado pelo Partido Republicano dificulta qualquer tipo de mudança já que a agremiação do presidente Donald Trump é "obediente" à NRA e a Suprema Corte é formada por uma maioria conservadora.
O próprio Trump afirmou nesta terça-feira (3) que o debate sobre um maior controle sobre a venda de armas "talvez" chegue em algum momento, "mas não agora", completou o presidente.
"O que Martin Luther King Jr. disse há 50 anos sobre o Governo dos Estados Unidos ainda é verdadeiro agora: é o maior perpetrador de violência do mundo hoje."
O último tiroteio de grandes proporções registrado nos Estados Unidos ocorreu em um clube noturno LGBT em Orlando, Flórida, no ano passado, quando 49 pessoas foram mortas a tiros.