As tripulações de aviões estratégicos Tu-95MS e Tu-22M3 devem mostrar as suas capacidades de navegação e de alteração operacional de aeródromos, de reabastecimento durante o voo e de realização de ataques potentes contra alvos inimigos.
Mensagem para os EUA
A inspeção das aeronaves estratégicas vai ser realizada em 5 aeródromos e 2 polígonos em várias regiões da Rússia, de Kamchatka a Kaluga. Os pilotos estão se dirigindo atualmente para os aeroportos de transição, aprendem a identificar e a eliminar alvos dotados de mísseis guiados e a se reabastecer no ar com um Il-78.
Estas competências permitem ampliar o raio de ação da aviação estratégica e organizar ataques de mísseis e bombas contra um inimigo potencial em praticamente qualquer área do mundo.
De acordo com os analistas, estes exercícios de inspeção são uma nova verificação de operacionalidade das tripulações, do material aéreo e do pessoal dos aeródromos.
"É um tipo de mensagem, destinada para os EUA, para que não se esqueçam de que, contrariamente a mísseis norte-coreanos, sobre os quais ainda não se sabe se podem atingir a parte continental dos EUA, a Rússia possui aviões, incluindo estratégicos, capazes de alcançar os alvos em qualquer parte do mundo no caso de uma ameaça militar real", destacou o analista militar.
Backfire e Bera
"Quanto à região de Kaluga, os bombardeiros Tu-22M3 se deslocam na base aérea de Chaikovka. Estes aviões são dotados de mísseis supersônicos guiados Kh-22M de versões diferentes", informou o redator do jornal Vzlet, Andrei Fomin.
Cada Tupolev é geralmente dotado de três mísseis deste tipo, sendo capaz de eliminar alvos terrestres e navais a uma distância de até 480 km. Além disso, o Backfire pode carregar bombas ou cerca de 10 mísseis aéreos táticos Kh-15, capazes de atingir a velocidade Mach 5 e destruir bases aéreas, radares, postos do comando e fábricas militares do inimigo em uma distância de até 300 km.
Os Tu-95MS (Bera, em código da OTAN) que participam dos exercícios junto com os bombardeiros supersônicos Tu-160, representam hoje em dia o núcleo da aviação estratégica russa. As armas principais destes aviões são mísseis de cruzeiro de longo alcance, que também podem ser dotados de ogivas nucleares.
De acordo com os analistas ocidentais, o alcance operacional do novo míssil estratégico Kh-101 pode superar 5 mil quilômetros com uma precisão de 5 metros.
Céu, mar e terra
Paralelamente aos exercícios da aviação estratégica na região de Primorie, é verificada a operacionalidade da aviação naval, bem como da frota, dos blindados e da infantaria motorizada.
Nas proximidades, no polígono de Sergeyevsky, na região de Primorie, foram realizadas manobras importantes da infantaria motorizada. Mais de 2 mil soldados e cerca de 700 veículos militares, incluindo tanques T-72B3, helicópteros Mi-8AMTCh e aviões de combate MiG-31, participaram das manobras.