A imprensa especula que Kim Yo-jong está substituindo a sua tia, Kim Kyong-hui, que foi uma figura política influente durante o governo de Kim Jong-il, pai do atual líder.
Entre as poucas informações que circulam, se sabe que Kim Yo-jong é filha mais nova de Kim Jong-il com sua esposa Ko Yong-hui. A jovem, segundo diferentes fontes, tem entre 28 e 30 anos.
Desde maio de 2016, Kim Yo-jong foi vice-diretora do Departamento de Propaganda e Agitação do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Antes disso, teria realizado trabalhos de bastidores para seu pai e seu irmão.
Segundo as palavras do pesquisador chefe do Centro de estudos coreanos do Instituto do Extremo Oriente, Yevgeny Kim, a ascensão de Kim Yo-jong começou muito antes do que a imprensa reporta. Ele acha que, no futuro, Kim Yo-jong servirá de suporte ao seu irmão.
"Ela não é uma novata e já acumulou muita experiência. Ela entende como funciona a economia e sistema de administração estatal. Ainda durante o governo do seu pai, Kim Jong-il, ela foi nomeada para o Comitê Nacional de Defesa, que é um dos órgãos mais importantes no país", disse o especialista à emissora russa RT.
O acadêmico aposta que Kim Yo-jong será a responsável pelo lado "soft power" na política interna do país.
Uma mulher jovem no centro do poder, entretanto, é um evento raro na cena política de Pyongyang.
Em 2011, após a morte de Kim Jong-il, a Coreia do Norte passou a ser liderada pelo Kim Jong-un. Em 2009, o irmão mais velho do atual chefe de Estado, Kim Jong-chul (nascido em 1981) abdicou das pretensões de liderança. Um outro "herdeiro" de Kim Jong-il, Kim Jong-nam (nascido em 1971), segundo autoridades da Malásia, foi assassinado em Kuala Lumpur em fevereiro deste ano.
O cargo no Politburo, à qual Kim Yo-jong foi promovida, ja foi ocupado pelo seu tio, Jang Song-Thaek, que foi executado por traição em 2013.
Segundo o especialista em Coreia do Norte da Universidade Johns Hopkins, Michael Madden, a recente nomeação de Kim Yo-jong para o centro político no país "demonstra que o seu papel é muito mais importante do que se acreditava, e é uma consolidação do poder da família Kim", citou o The Guardian.
Madden também concluiu que a irmã do Kim Jong-un, na prática, se tornará a mão direita do irmão e terá um nível de influência muito alto.