Este ano, a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelos seus "esforços para chamar a atenção às consequências humanitárias catastróficas de qualquer uso de armas nucleares e pelos seus esforços inovadores para alcançar a proibição de uso desse tipo de armas com base em um tratado".
"A única resposta à ameaça das armas nucleares é eliminá-las [cumprindo o] acordo aprovado pela ONU por esmagadora maioria", disse Johnson.
Ela também destacou a necessidade de despertar nas pessoas a consciência da ameaça que a armas nucleares representam.
"Só existem nove estados que possuem esta abominável arma de destruição que ameaça à paz e à própria sobrevivência de todos nós. Nós precisamos perguntar a seus governos como eles vão reduzir e eliminar seus arsenais nucleares", assinalou Johnson.
"Nenhum deles está disposto a recuar, como aconteceu no âmbito da Crise Cubana nos anos 1960. O que temos hoje em dia são na verdade líderes fracos, porque líderes que só precisam de armas nucleares são fracos, e eles percebem isso. Isto define sua ameaça", continuou Rebecca Johnson.
Ela acrescentou que, o acordo da ONU vai encorajar os esforços para reavivar o Diálogo a Seis quanto ao programa nuclear de Pyongyang, bem como as conversações paralisadas entre a Rússia e os EUA quanto à redução de seus arsenais nucleares.
Johnson frisou também a necessidade de acabar com o comércio de armas e com o uso de armas e dependência de armas e dispositivos explosivos nas cidades para eliminar todos os conflitos que acontecem no mundo.
"Não queremos abolir as armas nucleares só para tornar o mundo em um lugar para guerras convencionais mais sangrentas. Nós queremos abolir as causas para guerras, o dinheiro que circula durante o comércio de armas. Nós queremos lidar com tudo isso e desenvolver meios políticos e diplomáticos para resolver conflitos", ressaltou ela.
Pyongyang, que atualmente está sob sanções graves da ONU devido a seus programas nuclear e de mísseis, justifica seus esforços pela necessidade de se defender contra os EUA e seus aliados, incluindo a Coreia do Sul e o Japão.
Por sua vez, Washington considera o posicionamento de armas nucleares táticas na Coreia do Sul, o que contradiz a doutrina de desnuclearização da península da Coreia.