Cientistas descobrem quem foram os 'povos do mar' que destruíram civilizações antigas

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Uma equipe de cientistas afirma ter decifrado uma inscrição de mais de 3 mil anos em uma laje que foi descoberta no século XIX no território da Turquia moderna. A inscrição ajuda a esclarecer "um dos maiores enigmas mediterrâneos", nomeadamente, a identidade dos misteriosos "povos do mar" que destruíram civilizações da Idade do Bronze.

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Os pesquisadores suíços e holandeses dizem que o colapso inesperado e incontrolável das principais civilizações da Idade do Bronze por muito tempo permaneceu um mistério, sendo por alguns explicado como resultado de ataques navais em massa. Mas a identidade e origem dos invasores, denominados pelos pesquisadores modernos como "povos do mar", durante séculos permaneceu um enigma.

Segundo os cientistas que decifraram a inscrição, esta relata como uma frota unida de reinos do oeste da Ásia Menor, também conhecida como Anatólia, invadiu as cidades costeiras no leste do Mediterrâneo antes e nos finais da Idade do Bronze. Os pesquisadores acreditam que o manuscrito foi encomendado em 1190 a.C. por Kupanta-Kurunta, rei de um Estado da Idade do Bronze, conhecido como Mira, descrevendo a ascensão do reino poderoso, que lançou uma campanha militar liderada pelo príncipe Muksus de Troia.  

A placa de calcário de 29 metros tem 3.300 anos e foi encontrada em 1878. Ela contém a inscrição hieroglífica mais longa da Idade do Bronze, escrita na língua luvita que hoje só 20 especialistas conseguem ler.

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O arqueólogo francês George Perrot teria copiado a inscrição, que acabou ficando nas mãos do Dr. Eberhard Zangger, geólogo e arqueólogo suíço que começou a estuda-la. Depois, a inscrição foi finalmente traduzida pelo especialista holandês Fred Woudhuizen.

De acordo com Eberhard Zangger, "os lúvios do oeste da Ásia Menor contribuíram de modo decisivo para as invasões dos chamados ‘povos do mar' e, desse modo, para o fim da Idade do Bronze no leste mediterrâneo".

"Um dos maiores enigmas da arqueologia mediterrânea pode ter sido resolvido", declararam os cientistas.

No entanto, alguns pesquisadores acreditam que as inscrições possam ser falsas, pois a própria placa foi destruída no século XIX e a decifração moderna é baseada na cópia da inscrição.

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