Operações militares ocidentais
O Níger é considerado uma base para a operação do Pentágono no continente, explicou Khrolenko. O comando das Forças Armadas dos EUA em África informou que as forças especiais norte-americanas no Níger treinam as forças locais para lutarem contra os extremistas locais. Os EUA também estão construindo uma base de drones em Agadez, que custa cerca de 50 milhões de dólares ($R 157 milhões), a partir da qual o Pentágono poderá lançar operações de reconhecimento e atacar militantes na Líbia, Mali e Nigéria.
Alguns dos aliados de Washington também estão envolvidos nas operações em toda a África. Há uma base francesa na fronteira líbio-nigerina. A França está realizando a operação Barkhane com o objetivo de expulsar os islamistas da região africana de Sahel e algumas das suas tropas também estão envolvidas na missão no Níger.
A ONU tem igualmente uma missão de manutenção da paz no Mali (MINUSMA) com um orçamento anual de um 1 bilhão de dólares ($R 3,14 bilhões). Em comparação com muitos outros países africanos, o Mali, ex-colônia francesa, agora é mais ou menos estável. A sua economia baseia-se na agricultura (38 por cento do PIB) e na mineração de urânio (12 por cento do PIB). Cerca de 3 mil toneladas de urânio são exportadas anualmente pelo Mali para a França, Japão e Espanha.
Porquê a África?
"O Ocidente está usando os grupos terroristas para continuar criando a instabilidade em muitas zonas de conflito em todo o mundo. Um dos seus objetivos é obter o controlo sobre os recursos naturais. Cerca de 1.700 militares dos EUA estão envolvidos em missões diferentes em 32 países africanos, mas nada foi feito para trazer a paz e a estabilidade na região", disse Khrolenko.
"Para manter o ritmo atual de consumo dos recursos naturais africanos é preciso a defesa sistêmica dos interesses nacionais norte-americanos na região. Ao mesmo tempo, a presença de terroristas e rebeldes justifica a presença militar dos EUA em África aos olhos da comunidade internacional", concluiu o colunista.