Santos veio a defini-lo como "o mais importante" acordo na história do país e qualificou a firmação do documento como um "dia histórico para os trabalhadores colombianos". No entanto, passados cinco anos após a entrada em vigor do tratado, os fatos demonstram todo o contrário, comentou à Sputnik Mundo Mario Valencia, diretor do Centro de Estudos do Trabalho.
"Foi um péssimo negócio para a Colômbia. Entre outras coisas porque qualquer decisão que tome o Estado colombiano para favorecer, proteger ou estimular a produção local é considerada no tratado como um obstáculo injustificado para o comércio que pode ser demandado em tribunais arbitrais onde o país não tem a possibilidade de ganhar", notou o economista.
Para alcançar mais apoio ao tratado no país, o governo colombiano prometeu, entre outras coisas, que mais setores conseguiriam enviar sua produção aos EUA. Porém, diz o especialista, esta não foi cumprida, pois nestes cinco anos conseguiram colocar apenas 38 produtos novos que "não servem para nada ao desenvolvimento do país".
Valencia afirma que o tratado foi friamente calculado "para que beneficiasse exclusivamente os negócios dos EUA e não os da Colômbia".
Metade dos trabalhadores do país estão condenados à informalidade. Tudo isto combinado, segundo Valencia, provoca "um círculo vicioso" que afeta os mais fracos.
"Um mercado do trabalho de pouca capacitação, baixa remuneração e má qualidade de emprego faz com que não haja um forte mercado interno nem uma dinâmica de consumo que possa beneficiar a produção nacional", afirmou o analista.
A situação atual fez com que "um grupo de cidadãos, empresas, trabalhadores e movimentos sociais colombianos" se unissem para insistir em renegociar o tratado. Mas a administração do presidente atual não "tem vontade política" para fazê-lo.
Resumindo, Valencia afirma que para aumentar seus níveis de desenvolvimento econômico a Colômbia deve renegociar o tratado com os EUA, encontrando para este fim profissionais que defendam os interesses nacionais e não os dos EUA.