'Ponte entre civilizações': Emirados Árabes Unidos inauguram sua versão do Museu do Louvre

© REUTERS / Ludovic MarinMacron durante a inauguração do Louvre nos EAU
Macron durante a inauguração do Louvre nos EAU - Sputnik Brasil
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Cercado de monarcas e outros governantes do mundo árabe, o presidente da França, Emmanuel Macron, participou da inauguração do museu do Louvre de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, nesta quarta-feira (8).

O custo total da obra não foi divulgado pelas autoridades locais, mas apenas o acordo para o uso do nome do famoso museu de Paris custou US$ 525 milhões pelos próximos 30 anos e a vinda especialistas franceses para supervisionar o uso de 300 obras de arte saiu por US$ 750 milhões. 

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Negociado pelo então presidente francês Jacques Chirac como uma ferramenta para combater o extremismo com a arte após os ataques de 11 de setembro de 2011, o museu pretende ser uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, com artefatos budistas, cristãos, islâmicos e judeus.

"Meus amigos, aqui começa a luta da geração, pela nossa juventude", disse o presidente francês, segundo a agência Associated Press. "Esta luta estamos lutando com um espírito de conquista porque de nosso lado representamos a beleza do mundo inteiro".

O mandatário francês afirmou que o museu é uma "ponte entre civilizações".

A lista de convidados, entretanto, mostrou pouco apreço pela democracia. Além de Macron, apenas um dos presentes foi eleito democraticamente: o presidente afegão Ashraf Ghani.

Os dois monarcas do evento, o rei Hamad bin Al-Khalifa de Bahrein e o rei de Marrocos Mohammed VI, enfrentam oposição ao seu mandato. O sultão de Omã, Qaboos bin Said, responsável por governar o país desde que derrubou o Governo de seu pai em um violento golpe de Estado em 1970, também foi convidado, mas não viajou para o evento e enviou seu ministro da Cultura.

Macron e sua esposa, Brigitte, caminharam até o museu com o poderoso príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed Al Nayhan, e o governante de Dubai, Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum.

© Foto / Satish KumarPríncipe Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan dos EAU com o presidente francês, Emmanuel Macron, no museu de Louvre em Abu Dhabi.
Príncipe Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan dos EAU com o presidente francês, Emmanuel Macron, no museu de Louvre em Abu Dhabi. - Sputnik Brasil
Príncipe Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan dos EAU com o presidente francês, Emmanuel Macron, no museu de Louvre em Abu Dhabi.

A França tem uma base naval no país desde 2009, no porto de Zayed, que é vísivel do novo museu do Louvre. Há, também, aviões de combate franceses e tropas militares na Base Aérea Al-Dhafra — que conta com 5 mil soldados dos Estados Unidos.

O Sheikh Mohammed, atual vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, disse que o museu representava o "orgulho cultural" dos Emirados Árabes Unidos.

"O museu do Louvre representará o melhor do Oriente e do Ocidente e será um ponto de encontro para aqueles que amam a beleza e a cultura de todo o mundo", afirmou.

Apesar dos Emirados Árabes Unidos Unidos não reconhecerem Israel, o museu traz informações sobre o judaísmo. No entanto, há uma escassez de obras com representações de nudez. 

A construção e críticas internacionais

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O projeto foi duramente criticado por suas condições de construção. Os trabalhadores responsáveis pela obra passavam longas horas sob um calor brutal para receber baixos salários. Um dos empregados morreu em um acidente em 2015, enquanto outro morreu de "causas naturais" em 2016, segundo as autoridades de Abu Dhabi.

Centenas de trabalhadores dos Emirados Árabes Unidos, incluindo pessoas envolvidas na construção do Louvre, foram deportadas ou perderam seus vistos de trabalho por fazer greves contra as condições de trabalho, afirma a Human Rights Watch. As greves trabalhistas são proibidas nos Emirados Árabes Unidos.

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