Hoje em dia, a Força Aérea do Irã está armada, na sua maioria, com aviões obsoletos. Eles foram importados dos EUA há quase meio século. Na altura, a Força Aérea iraniana estava sob controle total dos EUA, os iranianos nem sequer podiam reparar seus aviões. Mas depois da Revolução Islâmica de 1979 tudo mudou. O Irã rompeu todos os acordos com EUA que, por sua vez, congelaram todos os depósitos da República Islâmica do Irã nos bancos dos EUA e em vários outros países.
Atualmente, o Irã está sob efeito de uma série de sanções estadunidenses, inclusive na área da aviação e armamentos. A Sputnik Persa falou com um especialista militar iraniano para saber como o ramo militar do Irã lida com as dificuldades econômicas.
"Durante a guerra entre Irã e Iraque, os Estados Unidos fizeram tudo para impedir o Irã de receber equipamento, peças de reposição e tecnologia para sua manutenção. Eles prolongaram as sanções e forçaram a comunidade internacional a pressionar o Irã", diz Seyyed Mostafa Khoshcheshm.
Ele acrescentou que os pilotos iranianos são reconhecidos em todo o mundo como bons profissionais, mas por falta de peças sobresselentes eles enfrentaram problemas na exploração dos aparelhos. Foi tomada a decisão, lembra o especialista, de comprar peças no mercado livre, mas mesmo isso foi difícil de realizar: as sanções dos tempos de guerra regulavam a quantidade e qualidade de todos os materiais, por exemplo, uma fábrica iraniana não pôde mesmo fazer passar dois caminhões com arame farpado através das fronteiras da Rússia e da Ucrânia porque havia suspeitas que podia ser usado com fins militares.
A mesma coisa aconteceu com a Força Aérea iraniana, continuou. O Irã hoje não produz apenas peças para manutenção de aviões: o país atingiu autonomia na construção e produção de outras peças. No Irã até foram desenvolvidas armas para aviões.
"Graças às sanções, o Irã obteve sucessos na fabricação inversa, especialmente na indústria de defesa. O Irã entrou na lista dos países mais desenvolvidos nesta área", destaca o especialista.
"Se os americanos soubessem que, mesmo sob sanções, o Irã alcançaria tal nível de desenvolvimento, eles nunca teriam introduzido as sanções", sublinhou.
Os EUA pensavam que o Irã e sua Força Aérea, dois anos após a revolução e com uma guerra com o país vizinho apoiado por 37 países, cedesse. Mas seus cálculos fracassaram, resumiu Seyyed Mostafa Khoshcheshm.