O autor do artigo afirma que, para resolver o conflito no Iêmen, a Arábia Saudita precisa de um forte intermediário, já que os jogadores regionais já esgotaram todos os meios diplomáticos, assegurando que esta é uma "excelente oportunidade para a Rússia de demonstrar a sua mestria diplomática e contribuir para a resolução do conflito".
Vantagens
Uma das vantagens para a Rússia, de acordo com Ramani, é que, ao invés dos EUA, que seguem um posição pró-saudita, o Kremlin "mantém a neutralidade, apoiando uma solução pacífica para a guerra civil".
Além disso, o jornalista lembra que Moscou tem uma história de apoio e promoção da estabilidade nos conflitos internos do Iêmen. Nomeadamente, o autor do artigo refere a ajuda da União Soviética para estabilizar a situação na guerra de 1989, assim como a influência da URSS nas negociações diplomáticas que contribuíram para a recuperação do Iêmen em 1990.
Desvantagens
Segundo comentou o especialista ao portal russo Ridus, o autor do artigo norte-americano, de fato, sugere que a Rússia "tire do fogo as castanhas de outros com as próprias mãos". Na verdade, a participação do conflito não é necessária para o país porque "qualquer que seja a parte apoiada por Moscou no Iêmen, isso resultará no agravamento das relações ou com o Irã, ou com a Arábia Saudita", explicou o analista.
"Meter-se em uma caldeira fervente […] de divergências irracionais, religiosas e tribais não tem nenhum sentido para a Rússia", sublinhou.
Desde março de 2015, o atual líder do Iêmen conta com o apoio de uma coalizão de países do golfo Pérsico e do Norte de África, liderada pela Arábia Saudita. Durante o conflito no Iêmen têm sido levados a cabo bombardeios violentos, sendo a situação humanitária dos civis cada vez mais grave.