O Maidan levou à derrubada do presidente Viktor Yanukovich e ao conflito armado no leste do país que até hoje ainda não foi resolvido.
"Claro que há pessoas que passaram a viver melhor. O Maidan levantou do fundo todo o lixo e espuma para o topo da governação. Um virou deputado, outro ministro, como, por exemplo, Avakov [Arsen Avakov, ministro do Interior ucraniano], um pequeno vigarista que agora manda em militantes armados. Poroshenko, um empresário qualquer, agora é presidente e bilionário", diz Azarov.
Falando dos atuais dirigentes da Ucrânia, Azarov sublinhou que o regime não presta atenção à economia, mas sabe apoiar aqueles que podem, pela força das armas, fazer o povo temer.
Tendo uma experiência enorme de governação, Azarov compartilha sua opinião sobre o que o país precisa para voltar à vida normal.
Primeiro, explica o ex-premiê, é necessário desmilitarizar e desarmar todas as formações ilegais, reestabelecer a ordem constitucional e a legalidade no país, já que hoje em dia os criminosos aterrorizam as empresas. O sistema de segurança pública está destruído, as autoridades se preocupam apenas com seu enriquecimento, destaca Azarov.
"Acontece que na Ucrânia não há nenhum poder político que possa fazer voltar o país ao caminho do desenvolvimento normal. A Ucrânia se aproxima a todo o vapor do modelo que existia na Alemanha nos anos 1935-1936. Falta apenas um führer como Hitller. A Ucrânia não é capaz de lidar com isso sozinha. Até o Reich existiria por mil anos se não fosse derrubado do exterior", frisou.
Para mudar a situação, segundo Azarov, o isolamento externo é essencial. O ex-premiê está seguro que se os EUA e Europa deixarem de apoiar Poroshenko, o regime vai cair. Azarov destacou ainda, comprovando assim a opinião de muitos analistas, que a Ucrânia é uma moeda de troca nos interesses das grandes potências, enquanto o ataque principal é dirigido contra a Rússia.