O Conselho de Segurança da ONU aprovou este mês o envio de 900 soldados da paz adicionais para proteger civis no país empobrecido, onde a violência começou entre os muçulmanos e os cristãos em 2013.
Lacroix disse que a violência aumentou no leste, em grande parte devido a um vácuo de segurança deixado pela partida das tropas do Uganda, que fazia parte de uma força-tarefa separada da União Africana apoiada pelos Estados Unidos que rastreava os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor.
O pedido de tropas do Brasil, que acabou de terminar uma missão de 13 anos no Haiti, deve ser acordado pelo presidente Michel Temer (PMDB) e aprovado pelo Congresso Nacional.
"O Brasil tem um grande grau de know-how e profissionalismo e definitivamente precisamos desses tipos de tropas em nossas operações de manutenção da paz", disse Lacroix à Agência Reuters em Brasília, antes de uma reunião com o alto-chefe das Forças Armadas do país.
As tropas fizeram um trabalho "fantástico, realmente excepcional" no Haiti, onde melhoraram a situação de segurança ao estabelecer uma relação de confiança com a população haitiana e exibiram boa conduta e disciplina, disse ele.
O Brasil está emergindo de sua pior recessão já registrada e um enorme déficit orçamentário do governo poderia pesar sobre uma decisão de enviar mais tropas para o exterior, embora sua contribuição para a manutenção da paz tenha aumentado a influência internacional da nação sul-americana.
As forças de manutenção da paz da ONU estão enfrentando dificuldades pela posição dos Estados Unidos, que pressiona para reduzir custos. Washington paga mais de 28% do orçamento anual de US$ 7,3 bilhões para a manutenção da paz pelo mundo.
Em junho, a ONU concordou com cortes de US$ 600 milhões em mais de uma dúzia de missões até a data de 30 de junho de 2018.
Lacroix disse que a missão de manutenção da paz na Costa do Marfim foi fechada, a implantação de tropas no Darfur do Sudão estava sendo reduzida e, no próximo ano, a operação de manutenção da paz na Libéria seria encerrada.
"Existe a expectativa de sermos prudentes e usar nossos recursos da forma mais econômica possível", disse Lacroix, um diplomata francês que atua no posto desde abril.
Os objetivos políticos e a eficiência de quase todas as 15 operações de paz da ONU em todo o mundo estavam em análise, disse Lacroix.