"Não creio que haja muitas esperanças de negociações diretas nesta rodada. Existem alguns obstáculos. Uma delas é que as negociações diretas ainda não começaram por causa das condições prévias que alguns grupos da delegação da oposição ainda estabelecem. É agora a maior dificuldade e problema", disse Dlykan.
Ele observou que, assim que as condições prévias sejam deixadas de lado, os lados poderiam realizar negociações sobre tudo, incluindo a posição da oposição quanto ao futuro do presidente sírio, Bashar Assad.
"Eu acho que os Estados que os patrocinam [elementos da oposição] para pressioná-los para fazê-los voltar à na realidade. Principalmente a Turquia e a Arábia Saudita. A solução não é apenas mudar as pessoas [a composição da delegação], mas sim mudar a mentalidade", disse Dlykan.
"O [Enviado especial da ONU para a Síria Staffan] De Mistura está tentando fazer algum tipo de progresso nas negociações, iniciando negociações diretas com questões que não causam muitos problemas. E a próxima etapa pode avançar para os outros tópicos", observou Dlykan.
A unidade entre grupos de oposição foi formada no Acordo de Lausanne, que se concentra no processo constitucional e nos 12 princípios que descrevem o futuro da Síria, acrescentou o negociador da plataforma de Moscou.
"E também temos a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU. Nós pensamos que esses dois [termos] podem formar resultado mais desejado e o resultado mínimo necessário para as negociações", afirmou o negociador.
A delegação é composta por representantes da Coalizão da Síria, do Comitê Nacional de Coordenação, das plataformas de Moscou e do Cairo, grupos armados (Frente Sul) e independentes, somando 36 pessoas. Só a oposição nomeou uma equipe de 18 negociadores para Genebra-8 — três de cada um dos seis grupos.