Continua desconhecido como ele conseguiu entrar na sala com veneno, pois Goran Petronijevic, advogado sérvio consultado pela Sputnik, afirma que sua experiência de trabalho no Tribunal de Haia mostra que as regras lá são bem restritas e que tal incidente não podia acontecer assim tão facilmente.
"Ou trata-se de negligência grave, ou aqui pode estar envolvido algum dos funcionários do tribunal", opina o advogado.
A situação se agrava com o fato de que, se Praljak não se tivesse suicidado, ele seria muito provavelmente libertado em breve porque, segundo a prática do Tribunal de Haia, os condenados são libertados após cumprirem dois terços da pena de prisão, e Praljak estava detido em Haia desde abril de 2004, ou seja, há quase 14 anos.
Toma Fila, outro advogado, comentou à Sputnik Sérvia que o veredito do tribunal joga luz sobre o que realmente aconteceu.
"Agora tudo ficou claro, quem fez o quê. Assim, a Sérvia se livra das acusações de intervir na Bósnia, enquanto a Croácia, chefiada por Franjo Tudjman, foi o agressor em relação à Bósnia", diz.
Praljak foi um dos seis políticos bósnio-croatas condenados em 2013, em Haia, por crimes de guerra cometidos contra civis muçulmanos durante os conflitos na Bósnia nos anos 1990. O general de 72 anos foi sentenciado pelo Tribunal Penal Internacional a 20 anos de prisão.
No entanto, a Croácia ficou descontente com a decisão do tribunal: o presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, interrompeu mesmo sua visita à Islândia e regressou ao país. O premiê croata, Andrej Plenkovic, por sua vez, expressou suas condolências aos familiares de Praljak e chamou o suicídio dele de "profunda injustiça moral em relação aos seis condenados croatas da Bósnia e Herzegovina e a todo o povo croata".