Segundo o juiz Cláudio Bonadio, Cristina Fernández deu ordens para dotar de impunidade os terroristas que causaram 85 mortos e mais de 150 feridos no atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina em julho de 1994.
"A causa é um disparate do ponto de vista jurídico. Trata-se de um crime inexistente. O acordo de entendimento com o Irã não foi posto em prática porque a República Islâmica não o ratificou através do Congresso. Trata-se de um ato inexistente e não pode haver encobrimento de algo dessa natureza", disse à Sputnik Mundo Eduardo Barcesat.
Em 2013, durante a presidência de Cristina Fernández de Kirchner, e com a aprovação do Congresso Nacional, a Argentina assinou um Memorando de Entendimento com a República Islâmica do Irã para permitir a declaração dos acusados no seu próprio país. Teerã não ratificou o tratado e este nunca entrou em vigor.
"Enquanto isso [a causa] serve como uma tela em frente à opinião pública para desierarquizar à gestão anterior", opinou Barcesat, e acrescentou que, quando chegar ao Tribunal de segunda instância, o caso será anulado porque "este mesmo tribunal já tinha afirmado que não justificava a investigação".
"Esta administração usa a causa para esconder o descontentamento social crescente e a responsabilidade deste governo na morte dos 44 tripulantes do submarino San Juan", disse Barcesat.
A senadora Kirchner denunciou que se trata de uma perseguição política. Em 7 de novembro, foi realizada uma mobilização na Praça de Maio para protestar contra a decisão judicial. "Estamos atravessando um momento muito grave na Argentina, o atual governo atropelou a divisão de poderes, porque precisa de juízes que lhes obedeçam a eles e a seus interesses", concluiu o advogado.