A Rússia é um dos países mais novos na composição da OMC, em 2017 sua participação cumpriu apenas cinco anos. Ao comentar o significado do ingresso da Rússia na organização, Gavrilov destacou em uma entrevista à Sputnik Mundo que o país ainda está "no período de transição para adotar as leis e normas aduaneiras e reforçar os setores da economia que vão ter maior concorrência nos mercados globais", especialmente a indústria.
No entanto, o político sublinhou que o país "resistiu bem" a estas sanções e expressou a esperança que a UE reduza as sanções. "Não há razões para isto, já que Rússia não é parte do conflito ucraniano e a reunificação da Crimeia ocorreu de maneira totalmente legal", afirmou Gavrilov apontando o fato de a península atrair muitos investidores estrangeiros.
"Não é possível no mundo atual, a dominação de um país no terreno econômico ou político, onde as tentativas de dominação são uma restauração do colonialismo. A tentativa de impor sanções faz o mundo retroceder 50 ou 60 anos", acrescentou.
Por isso, para Gavrilov, "a igualdade no comércio mundial e o apoio aos países em desenvolvimento é impossível sem fortalecer o direito internacional e a igualdade".
O deputado considerou muito importante o fortalecimento das relações com a Argentina no âmbito da cúpula da OMC e da cúpula do G20 em 2018 em Buenos Aires, a possível visita do presidente Mauricio Macri à Rússia durante a Copa 2018 e a colaboração da Rússia na busca do submarino ARA San Juan, assim como o crescimento das relações comerciais.
Falando da OMC, o deputado frisou que a participação desta organização é mais benéfica para os países mais desenvolvidos e não tanto para os menos desenvolvidos, porque "remover todas as barreiras abafa o desenvolvimento da indústria", já que as transnacionais são mais competitivas.
"Eu não sou partidário de um forte protecionismo, há que diminuir as barreiras alfandegárias, mas isso não pode levar à destruição das economias, o que leva ao desemprego, à miséria, ao aumento dos conflitos e ao terrorismo. O futuro do comércio mundial deve ter em conta a igualdade, as especificidades de cada país, e não a destruição das economias em nome dos interesses das transnacionais", concluiu.