Erdogan foi uma das vozes críticas mais críticas da decisão polêmica do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. O presidente turco criticou outras nações por sua resposta "fraca" ao movimento dos EUA.
Erdogan instou o Conselho de Segurança da ONU (CSNU) a anular a decisão de Trump. Se o CSNU deixar de agir sobre o assunto, a Turquia fará tudo o que for necessário nos quadros legais para combater o reconhecimento dos EUA.
"Se o [Conselho de Segurança da ONU] não o fizer, abordaremos as autoridades relevantes dentro de um quadro legal", disse Erdogan. "A Turquia não vai parar de defender a Palestina ou Jerusalém apenas porque Israel quer".
"Como há um século, o mundo islâmico está enfrentando esforços para remodelá-lo através do sangue, lágrimas e conflitos entre irmãos", afirmou Erdogan, citado pela agência de notícias Anadolu. As pessoas no mundo islâmico devem "estar preparadas para ataques internos que tentam derrubar muçulmanos", continuou ele.
A Turquia reuniu líderes muçulmanos na quarta-feira para uma cúpula de emergência da Organização da Cooperação Islâmica (OIC) em Jerusalém. Erdogan elogiou a decisão da cúpula, na qual os 57 países que são membros da OCI reconheceram Jerusalém Oriental como a capital do Estado palestino em resposta ao movimento dos EUA.
O líder turco expressou sua confiança de que a iniciativa da OCI criará "um efeito multiplicador" e exortou outras nações a seguir o exemplo.
A decisão de Trump na quarta-feira passada levou a dias de violentos confrontos em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza, que resultaram em várias mortes e mais de 1.000 feridos entre palestinos. Milhares também foram às ruas para protestar e queimar as bandeiras dos EUA na Jordânia, no Irã, no Egito, na Indonésia e em outros países do mundo muçulmano.
A iniciativa dos EUA para reconhecer Jerusalém enfrentou uma condenação internacional generalizada. Os líderes da França, Alemanha e outras nações europeias concordaram que o movimento dos EUA era perigoso e prejudicial para o processo de paz israelense-palestino.
A Liga Árabe também rejeitou a decisão americana, dizendo que isso equivale essencialmente ao reconhecimento da ocupação ilegal de Jerusalém Oriental por Israel.