Enquanto Temer disse que apreciaria uma injeção de capital estrangeiro na Embraer, seu aviso foi o último lembrete de que a empresa, que também fabrica aeronaves militares e é um dos produtos mais bem sucedidos da política industrial brasileira, continua sendo uma fonte de orgulho nacional.
A Boeing disse que as discussões com a Embraer sobre o que as empresas descreveram como uma "combinação potencial" estão em andamento e insistiu que respeita plenamente a necessidade de proteger a defesa da empresa e os laços estatais.
"Como observamos, as discussões estão em curso, mas sempre tivemos um profundo respeito pelo papel do governo brasileiro, bem como suas importantes preocupações de defesa e segurança", disse o porta-voz da Boeing, Phil Musser.
Anteriormente, Temer disse em uma conferência de imprensa que estudará qualquer decisão de buscar uma aliança entre as empresas quando a proposta chegar à sua mesa, enfatizando que seu governo poderia usar sua "ação dourada" na Embraer para bloquear o controle estrangeiro da empresa privatizada em 2006.
"Quando chegar a decisão, eu vou examiná-la", disse Temer, acrescentando que "o objetivo da ação de ouro é que o governo tome essa decisão".
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o governo congratula-se com uma aliança comercial com a Boeing. "Estamos a favor desta e outras associações", disse Jungmann na mesma conferência de imprensa com Temer.
Mas ele também disse que um controle estrangeiro da empresa está fora de questão, citando o papel central da Embraer na indústria de defesa do Brasil.