'EUA sentem o mesmo que Rússia e China desde Guerra Fria'

© Sputnik / Ministério da Defesa russoLançamento de mísseis de cruzeiro Kalibr contra terroristas na Síria, 19 de agosto
Lançamento de mísseis de cruzeiro Kalibr contra terroristas na Síria, 19 de agosto - Sputnik Brasil
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Na nova Estratégia de Segurança Nacional norte-americana, revelada em 18 de dezembro pelo presidente Donald Trump, se admite que os sistemas de Washington relacionados com a dissuasão não nuclear diminuíram nos últimos anos, sublinhou o analista Nikolai Sokov no seu artigo para The National Interest.

Em particular, ele refere-se às menções no documento sobre possíveis "ataques estratégicos" contra os EUA que "poderiam paralisar nossa economia e nossa capacidade de instalar forças militares" apesar de serem realizados sem recorrer às armas nucleares.

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Sokov opinou que a Rússia obteve a possibilidade de lançar tais ataques ao adquirir armas convencionais guiadas de precisão e de longo alcance, e que países como a China ou a Índia, entre outros, também poderiam fazê-lo "no futuro próximo".

O analista afirma que essas novas capacidades "mudaram de forma monumental o panorama estratégico" e que "os EUA se encontram no mesmo dilema que têm enfrentado os russos ou os chineses desde o fim da Guerra Fria: a ameaça de uso estratégico de armas não nucleares". Entretanto, Sokov está contente com o fato que Washington começou a prestar atenção a tais ações por parte de Moscou.

Além disso, o analista militar sublinhou que o anúncio feito em 2013 pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre o desenvolvimento de armas convencionais não nucleares de longo alcance, bem como no do ano seguinte sobre sua nova doutrina militar – na qual figurou o conceito de dissuasão não nuclear – não atraiu a atenção suficiente dos EUA. Segundo Sokov, em Washington a convicção de que a Rússia é "incapaz de alcançar os EUA" nesse âmbito era tão forte que apenas "poucos" viram as ações de Moscou como algo que teria "sérias consequências". Apenas em 2015 o uso de mísseis de cruzeiro russos lançados de submarinos e aviões na Síria atraiu a atenção dos analistas norte-americanos, acrescentou ele.

Ao lembrar que, em novembro passado, o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, anunciou que Moscou planeja substituir no futuro uma série de missões de dissuasão nuclear por armas convencionais, Sokov disse que, de momento, "os EUA têm as mesmas preocupações que a Rússia", o que "pode ser uma notícia boa ou má, dependendo das decisões políticas".

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Sokov perceberia como uma "boa" notícia a melhoria do diálogo entre ambos os países no âmbito do controle de armamentos. O analista também afirmou que Moscou e Washington poderiam "estabilizar o panorama estratégico para evitar, não apenas uma guerra nuclear, mas também um conflito convencional de grande escala que poderia evoluir para confrontos nucleares".

Mas Sokov também não exclui um resultado "errado": uma nova corrida armamentista. Nesse sentido, segundo o analista, se a Rússia e os EUA não conseguirem estabelecer um diálogo, a parte norte-americana poderá recorrer ao que na estratégia de segurança nacional é descrito como "convencer os adversários de que não apenas podemos puni-los, mas podemos também vencê-los". De acordo com ele, essas palavras são "como uma receita para uma corrida de armamentos", conclui Sokov.

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