Entre os principais candidatos a fornecer o "guarda-chuva" antiaéreo estão o sistema norte-americano THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) e o russo S-400 Triumph.
Neste artigo, a Sputnik explicará quais são as principais diferenças entre estes dois sistemas.
S-400 possuem maior alcance, THAAD tem maior altitude
A principal tarefa do THAAD é eliminar mísseis balísticos de curto e médio alcance. O sistema norte-americano é capaz de atingir alvos em altitudes enormes em comparação com outros sistemas de defesa antiaérea, alcançando 150 quilômetros ou, segundo outros dados, até 200 quilômetros.
O novo míssil antiaéreo 40N6E do S-400 tem um limite de altitude de 30 quilômetros. Contudo, de acordo com especialistas, este indicador não é o crucial, especialmente quando se trata do combate a mísseis táticos operacionais.
"Quanto à defesa antimíssil, a eliminação de alvos efetua-se em trajetórias descendentes, não é no espaço", explicou à Sputnik o tenente-general Aitech Bizhev.
Vale ressaltar que, hoje em dia, o maior perigo para a Arábia Saudita é representado precisamente por mísseis táticos e operacionais R-17 Scud e mísseis táticos al-Kahir e Zelzal.
Neste sentido, a grande vantagem do S-400 é que este possui um alcance maior. O míssil 40N6E pode atingir até 400 quilômetros, enquanto o alcance do THAAD corresponde a 200 quilômetros.
Ao contrário do S-400, que consegue disparar a 360°, o THAAD em posição de prontidão tem um setor de disparo que corresponde horizontalmente a 90° e verticalmente a 60°. Contudo, o sistema norte-americano possui uma visão melhor já que seu radar AN/TPY-2 consegue detectar alvos à distância de 1.000 quilômetros, enquanto o S-400 o consegue fazer a 600 quilômetros.
Como compatibilizar sistemas incompatíveis
"É impossível controlar esses dois sistemas em modo automatizado de um mesmo posto de comando", explicou o especialista militar Mikhail Khodarenok.
"Contudo, eles podem ser usados separadamente. Os dois sistemas podem ser instalados em locais diferentes ou então executar suas tarefas no âmbito de defesa de um único objetivo, caso essas tarefas sejam divididas […] Eles podem se completar um do outro perfeitamente, fazendo parte do mesmo agrupamento", ressaltou ele.
A intenção da Arábia Saudita de comprar sistemas russos, bem como norte-americanos, pode estar relacionada com outros motivos. Durante a operação Desert Storm, os sistemas de defesa antiaérea franceses, que estavam em serviço do Iraque, falharam todos de repente. Após este incidente, os compradores potenciais passaram a tratar as compras de armas ocidentais com mais cuidado.
"As armas norte-americanas podem ter limitadores", acredita Mikhail Khodarenok.
"Por exemplo, um caça F-16 da Força Aérea da Jordânia não consegue abater um F-16 da Força Aérea de Israel. Ou seja, caso a Arábia Saudita seja atacada com armas norte-americanas, apenas o S-400 conseguirá derrubá-las […] Provavelmente, é esse o motivo por que Riad compra os sistemas russos".
Talvez, a diferença mais importante entre o THAAD e o S-400 seja o preço. O preço de uma bateria do THAAD, que consiste de seis lançadores múltiplos de oito mísseis interceptores cada um, tem um preço de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,5 bilhões). Além disso, é preciso pagar pelo radar inovador AN/TPY-2 que custa US$ 574 milhões (R$ 1,9 bilhões).
Enquanto isso, o preço de uma divisão de S-400 com oito lançadores múltiplos, incluindo quatro mísseis cada um, corresponde a US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhões). Ou seja, o preço do sistema russo é seis vezes mais barato, enquanto as vantagens do THAAD, ao menos no momento atual, não são evidentes.