"Nós e nossos empresários temos enfrentado repetidamente congelamentos de ativos ilegais e injustificados sob o pretexto de sanções. A iniciativa do presidente tem como objetivo criar condições cômodas para que as empresas tragam de volta seu capital, caso desejem", explicou o porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov.
Segundo estimativas da agência norte-americana Boomberg, o capital das empresas russas, que poderia retornar ao país com a ajuda do programa, pode atingir um trilhão de dólares (R$ 3,3 trilhões).
Entretanto, para o colunista da Sputnik Ivan Danilov, até a repatriação de uma pequena parte desse suposto valor, as ações dos EUA poderiam criar um impulso positivo para os investimentos na economia local, ao invés de alcançar seu objetivo declarado – exercer pressão sobre o sistema financeiro russo.
Danilov sublinhou que o objetivo original da nova fase de "sanções pessoais" contra os empresários russos fracassou, inclusive as programadas para fevereiro de 2018. Esse objetivo consistia em forçar os homens de negócios russos, que têm ativos importantes no Ocidente, a participar de uma luta política contra o presidente russo para preservar seu dinheiro.
De momento, os oligarcas russos estão considerando as seguintes opções: manter o dinheiro em bancos ocidentais e estar preparados para seu congelamento a qualquer momento, ou emprestar de forma anônima seus dólares, euros ou libras ao Ministério das Finanças da Rússia.
"A eleição parece simples e, realmente, resume-se em saber em quem a comunidade empresarial tem mais confiança: no presidente russo, que concordou com o lançamento dessas condições especiais, ou nos Departamentos de Estado e do Tesouro dos EUA, que escrevem a lista negra", afirma Danilov.
Em toda a história das novas sanções dos EUA contra a comunidade empresarial russa, há aspectos mais positivos do que negativos, concentrando-se na situação não do ponto de vista dos negócios, mas do interesse público, assegurou a analista do Sputnik.
"Mesmo que zero dólar seja investido nos títulos para o retorno do capital e nenhum empresário encerre suas empresas no Ocidente e as transfira à Rússia em troca de uma dedução fiscal de 13%, as sanções terão um efeito positivo na comunidade de negócios", conclui Danilov.