Ano de 2018 será de guerra na península coreana, mas só em uma condição

© REUTERS / KCNAO líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e altos militares participam das comemorações do fim da Guerra da Coreia
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e altos militares participam das comemorações do fim da Guerra da Coreia - Sputnik Brasil
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Sim, o ano de 2018 será um ano de guerra na península coreana ... mas apenas se os Estados Unidos começarem. Cada vez mais meios de comunicação costumam apontar que o conflito é inevitável, mas que só se desencadeará se uma pessoa concreta jogar a primeira pedra: Donald Trump.

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"A guerra no nordeste da Ásia será uma guerra opcional, não resultado da necessidade. Será consequência da crença equivocada da administração Trump de que os EUA não podem conviver de maneira alguma com a Coreia do Norte por esta ter armas nucleares", assinala Robert Kelly, professor de Relações Internacionais do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Nacional de Pusan (Coreia do Sul), em um artigo para a edição The National Interest.

Os EUA são a única potência pronta para lançar a primeira pedra porque são, entre todos os países com seus interesses na região asiática, a nação que menos se importa com o status quo. Na verdade, ressalta o professor, o país está mais interessado na reunificação das duas Coreias do que a própria Coreia do Sul, que se acostumou a viver com o vizinho do norte, pelo menos por enquanto.

"Nem o Japão, nem a China disseram uma palavra sobre o uso da força para impedir que a Coreia do Norte continuasse seu programa nuclear, apenas os Estados Unidos o fizeram", enfatizou.

Talvez, ele salienta, os fatos sejam o que são porque os custos de um conflito armado na região do Pacífico são menores para os Estados Unidos do que para o resto do mundo.

Embora seja verdade que o país tem interesses não só nas Américas, do outro lado do mundo, e não obstante no nordeste da Ásia residirem meio milhão de norte-americanos e inúmeras empresas deste país terem lá seus negócios, os EUA "permanecem geograficamente e culturalmente bem longe".

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Entretanto, Kelly não exclui que sejam os Estados Unidos a iniciar o conflito. "Está claro que Trump adora se gabar e se pavonear", explica Kelly.

O resto dos países envolvidos no conflito se mostram muito menos beligerantes em relação a Pyongyang e estão se tornando conscientes das novas capacidades da nação "juche".

Isto, apesar do fato de ser incômodo para o resto do mundo aceitar que Pyongyang possui armas nucleares, especialmente dada sua pouca experiência com esse tipo de armas e os riscos para a segurança regional que isso implica, enfatiza o autor, relembrando o que aconteceu em Chernobyl.

"Todos os países da região são o que os especialistas em relações internacionais chamam de ‘poderes de status quo'. A China, a Rússia, o Japão e as Coreias não estão dispostas a lidar com os custos de modificar o status quo territorial […] A Ásia Oriental tem evitado os conflitos armados durante quase 40 anos, após a intervenção chinesa no Vietnã em 1979", argumenta.

Isso não significa que as potências da área não valorizem os seus próprios interesses e não desejem mudanças na região.

Por exemplo, é provável que a China busque fortalecer seu domínio ou que o Japão não se importe de procurar uma forma de resolver vários conflitos territoriais a seu favor.

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Entretanto, tanto a Constituição da Coreia do Norte como a da Coreia do Sul reivindicam a soberania sobre todo o território coreano. Mas, uma vez mais, esses interesses na verdade não valem uma guerra, sublinha o autor.

Durante décadas, o conflito entre as duas Coreias foi evitado e deve continuar sendo assim, apesar da nuclearização de Pyongyang. Ninguém mostrou estar seriamente disposto a começar uma guerra… exceto os Estados Unidos, conclui Kelly.

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