O documento de 5 páginas, assinado pelo vice-presidente do partido, Hamza Dag, e distribuído entre os seus membros, contém as caraterísticas técnicas dos respectivos armamentos, bem como a fundamentação para a sua compra pelas autoridades turcas, escreve a Sputnik Turquia.
Entre as principais ameaças à segurança turca, o documento enumera o Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países, as milícias curdas YPG e o "regime sírio". Ademais, observa-se que "tais fatores como o aumento das despesas da região com armamentos, a escolha dos sistemas e tecnologias de mísseis como uma prioridade, a transformação da força militar em um fator de influência política na região, bem como o seguimento do conceito ‘Dilema de Segurança', condicionam a necessidade de tomar determinadas medidas no campo militar".
Os autores do relatório asseguram que um país que reforça seu potencial bélico aumenta, ao mesmo tempo, sua capacidade de conduzir uma linha política independente, por isso a modernização das suas Forças Armadas é tão importante para a nação.
Entretanto, o texto do relatório é acompanhado por um infográfico que contém informação detalhada sobre a criação do sistema russo S-400, seus parâmetros e caraterísticas técnicas.
Ressalta-se que "a Turquia rejeitou a abordagem que previa a compra e consequente modernização de sistemas antigos em vez de armamentos modernos".
Hoje em dia, o país usa três sistemas principais de defesa antiaérea: os Nike Hercules, fornecidos pelos EUA na época da Guerra Fria e que em breve serão retirados do serviço, além dos sistemas estadunidenses Rapier e Hawk.
Vale destacar que todos os três sistemas foram fornecidos à Turquia como equipamentos que sobraram nos próprios EUA, sendo mais tarde modernizados já no território do país muçulmano.
O documento não deixou de mencionar também as críticas apresentadas pelos EUA e países da OTAN em relação a este acordo, principalmente pelo fato dos "S-400 não serem capazes de ser integrados no sistema de defesa antiaérea da OTAN, bem como por eles serem comprados à Rússia".
"Entretanto, em resposta a estas objeções, a Turquia demonstra uma postura que coloca seus próprios interesses e segurança em primeiro lugar", explicaram os autores.
"Com a compra dos sistemas S-400, a Turquia deixou claro que o desenvolvimento das relações com a Rússia e a Europa não se excluem. Ademais, com este passo, demonstrou a disponibilidade para cooperar na esfera militar com todos os países que respeitam os direitos de soberania e não tornam a venda de armas em um instrumento de pressão", finaliza o relatório.