"Nós exigimos que o governo turco retire suas forças do território da Síria e pare de interferir nos assuntos internos do país", frisou Faisal Mekdad.
Quando perguntado sobre as bases norte-americanas em seu país, o diplomata realçou que a presença dos EUA no território sírio é inaceitável para o governo do país.
"A presença de quaisquer bases militares estrangeiras é inaceitável para o governo sírio. Trata-se de agressão e ocupação; sendo assim, todas as nossas futuras ações serão baseadas a partir dessas definições", disse o vice-chanceler sírio.
"Nós participamos das negociações em Genebra para chegar a uma resolução política do conflito sírio. Contudo, vários países utilizam meios políticos visando obter aquilo que não conseguiram alcançar com armas e operações militares. O governo sírio não aceitará cenários que não agradarão o povo sírio, o que não praticamos nem mesmo nos períodos mais difíceis da guerra", disse Mekdad. O diplomata sírio acrescentou também que a oitava rodada de negociações em Genebra falhou devido à presença de um espírito que apoia incondicionalmente os interesses de grupos terroristas e seus aliados, ao invés daqueles que defendem o povo sírio.
Para o diplomata, a guerra contra o terrorismo continua, mesmo depois de grandes êxitos na operação antiterrorista.
"A guerra contra terrorismo na Síria continua. O ponto de virada foi a vitória sobre a Frente al-Nusra, Daesh [as duas são organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países] e outros grupos terroristas em Aleppo. Desde aquele momento, o exército sírio vem avançando na guerra contra o terrorismo", assinalou o vice-ministro das Relações Exteriores sírio.
"Somos um povo unido de milhares de anos. Porém, os EUA investem nas Forças Democráticas Sírias [FDS]. Acreditamos que os curdos, que agem em conformidade com os interesses dos EUA, abram caminho para as forças turcas", afirmou o diplomata, adicionando que "a maior parte dos curdos corresponde a patriotas da Síria. Contudo, não podemos nos referir aos que recebem dinheiro do exterior como sírios nem como patriotas. Todos os assuntos internos devem ser resolvidos independentemente, e não através de alianças com os EUA", ressaltou Faisal Mekdad.