A onda de indignação internacional após as declarações fortes de Trump atingiu até mesmo a ONU, onde o presidente norte-americano foi acusado de racismo. E com razão, de acordo com a analista política hondurenha, Gilda Batista, entrevistada pela Sputnik Mundo.
"As declarações do presidente Trump é uma desfaçatez, um insulto à dignidade dos latino-americanos, que contribuem significativamente para o desenvolvimento econômico e cultural dos EUA" e que "fortaleceram essa nação", afrimou.
A analista acredita ter chegado a hora de a América Latina se afastar dos EUA "totalmente", um país que "lastima e detesta" seus vizinhos do Sul.
"Deve haver uma desunião completa", assinalou Gilda Batista, ao propor, entre outras medidas, expulsar Washington de organizações regionais, por exemplo, da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Os comentários racistas de Trump não se limitam a palavras, que são acompanhadas de ações concretas ou de sua ausência, apesar de tradições estabelecidas na região.
O mandatário norte-americano tampouco moveu um dedo para ajudar Cuba, país que também foi devastado pelo furacão Irma, apesar de ter em sua base de Guantánamo "alimentos, medicamentos e materiais de construção equivalentes a centenas de milhões de dólares", afirmou à Sputnik Mundo o analista cubano, Manuel Yepe.
"Porém, este comportamento de Trump não surpreende, já que a semelhante 'agressão' contra a América Latina é algo típico para Washington, algo que 'não tem nenhum sentido lógico'", explicou Manuel Yepe.
O especialista constatou que a administração de Trump aplica "uma guerra econômica" contra o governo de Nicolás Maduro, provocando, assim, uma fuga de venezuelanos a outros países, incluindo aos EUA.
O México é outra nação latino-americana que está sendo desestabilizada pelos EUA, assinalou Everardo González, cineasta mexicano. Em particular, ele recordou que uma das conquistas da Revolução Mexicana é a propriedade coletiva sobre a terra. Ele assinalou que ninguém pode extrair recursos minerais sem permissão de moradores locais, mas é isso que empresas estadunidenses fazem em seu país.